Artes, perguntado por Larihsantos02, 11 meses atrás

Como se da a representação da arte ?

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Respondido por Marianamarii1
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A dinâmica da existência caracteriza-se pela sua capacidade de interiorizar e exteriorizar experiências.

Através das representações deixadas pelo homem, desde os seus primórdios, podemos ter uma noção aproximada do humano em sua dimensão mais abrangente. Isso nos permite especular sobre as motivações primeiras e suas constantes através dos tempos, em etnias marcadamente diferenciadas. Ao observar a representação dos animais nas cavernas através da pintura, denotamos uma grande preocupação realista, principalmente em Lascaux e Altamira. Por outro lado, vemos outros vestígios em lugares distanciados no tempo e no espaço do planeta, que denotam uma preocupação diversa, por assim dizer simbólica. Do que se conclui que a representação dita artística esteve presente na atividade humana em toda a sua existência. De acordo com as formas de organização social, ela preenche funções diferenciadas. Serve para validar crenças, criar expectativas, coadjuvar estruturas sociais organizadas.

Se considerarmos toda a extensão histórica da cultura, em geral, observamos uma acentuada preocupação humanista em dois períodos: no clássico grego e na Renascença italiana, que poderíamos definir como de um realismo idealizado.

Vê-se isso materializado na preocupação de se ver representado a partir de cânones de beleza estética. Convencionou-se ser o adolescente a forma humana ideal de beleza – suave, sem formas angulosas. Os adolescentes de Caravaggio são as representações mais perfeitas dessa forma de realismo. Já buscando formas diferentes de se expressar, Leonardo desenhava figuras deformadas ou feias, como forma de beleza.

Podemos dizer que nessa busca incessante de uma beleza hipoteticamente inatingível é que se ultrapassou os limites do real. O que perdura com variações diversas até o período romântico, época em que, de uma forma geral, preconiza-se uma forma exacerbada desde antigos conceitos, exaltando os sentimentos e as emoções. Esse período determina o fim dos limites estabelecidos pelos cânones, antevendo-se novos rumos. Nesse estado de espírito romântico em que a história é reescrita, onde tais valores assumem colorações especiais, Michelangelo transforma-se em um gênio intransponível; fragmentam-se as ideologias do corpo social, novos conhecimentos encaminham as especificidades científicas e abrem-se novas formas de representação, apresentando-se opções diametralmente opostas.

Origina-se um romantismo impressionista ou expressionista, encaminhando os criadores a buscarem novas técnicas para obterem a representação desejada. Anarquizam-se os antigos valores centrais. As escolas distanciam-se umas das outras. Outras formas de representações visuais passaram a se inserir nesse contexto, como a fotografia, seguida pelo cinema, que interconectam experiências e linguagem. Dessa fragmentação decorre uma diluição da antiga presença humanista, que paulatinamente perde espaço para uma presença virtual.

 

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