como são caracterizados os verbos delocutivos, de acordo com Benveniste ?
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Resposta:
O pressuposto apriorístico na composição de nossa proposição é o fato de que a Teoria da Enunciação de Émile Benveniste permite que contemplemos os efeitos da enunciação sobre a língua, para além das marcas enunciativas no enunciado comumente abordadas em pesquisas na área. Alicerçados em tal fundamento, elegemos a noção de delocutividade, instituída no e pelo emprego dos signos, já travestidos de palavras, no intuito de resolver a problemática estabelecida: De que forma a enunciação permite produzir língua?A aplicação do modelo da delocutividade à língua toda, e não somente aos verbos conforme a proposição inicial, permite responder nossa indagação. Baseamo-nos na generalização dessa noção a fim de descrever os efeitos da enunciação sobre a língua de forma que ela - a noção delocutiva, funcione como uma proposta para o entendimento e viabilização de como esse processo se opera. Das análises realizadas, emerge a confirmação de nossa hipótese de que a enunciação cria a língua, ou ainda, a enunciação renova a língua na medida em que essa passa a ser resultante de uma atividade do discurso. Como reflexo dessa comprovação, pontuamos a necessidade de um repensar sobre noções teóricas, entendidas a princípio pelo viés da língua em âmbito saussuriano, um redimensionamento sobre o ensino de língua em dimensões diversas e colaborações epistemológicas originárias do próprio fazer científico. Nosso posicionamento sobre o processo de renovação da língua por intermédio do discurso não impede o modo corrente ou tradicional de conceber a formação de uma língua, mas sublinha a necessidade de se considerar a enunciação nesse processo, pois e nela e por ela que a língua se constitui e se transforma e é no e pelo movimento de retorno à língua, por meio da delocutividade, que essa atividade se operacionaliza e se revela.
Resposta:
Este texto apresenta uma proposta de interpretação para a expressão
enunciação escrita, presente em “O aparelho formal da enunciação”, de
Émile Benveniste, com vistas ao estabelecimento de princípios norteadores
do estudo da enunciação escrita no quadro formal de realização da
enunciação. Procede-se a um estudo de natureza conceitual para, em
seguida, apresentar, em termos prospectivos, possibilidades de abordagem.
Para tanto, procede-se a um estudo conceitual não apenas no referido
artigo, mas também em outros textos do autor em que o tema da escrita
é abordado para, finalmente, precisar-se o sentido que se pode atribuir.