Geografia, perguntado por gabriellydacruzribei, 7 meses atrás

Como resolver a situação dos trabalhadores rurais desempregados?



Como gerar empregos e dar boas condições de vida para toda a população rural que se mudou para as cidades?


AJUDA AÍ PLS

Soluções para a tarefa

Respondido por marihorse
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Resposta:

"SE FOSSE FÁCIL, eu me candidataria a presidente da República e contrataria o Duda Mendonça para convencer os brasileiros de que tenho aqui no bolso a solução milagrosa. E não estou brincando, porque foi isso mesmo que vimos na última campanha presidencial. Passados nove meses, tempo de um parto, cadê o emprego? A reforma agrária foi apresentada como o meio responsável por boa parcela desses novos empregos. Cadê ela? A reforma agrária que estava em andamento foi paralisada e nada de novo aconteceu.

Para gerar emprego no Brasil, em primeiro lugar, é preciso acabar com a bravata irresponsável e o discurso incompetente. É preciso até mesmo proibir que se engane as pessoas numa questão tão dramática. Registros de candidatos deveriam ser negados e mandatos deveriam ser cassados nos casos de promessa vazia e eleitoreira. O estelionato eleitoral deveria ser considerado crime de lesa pátria.

Antes de ter uma fórmula de geração de emprego é prioritário um diagnóstico correto, objetivo e desapaixonado da situação crítica que leva ao desemprego. E disso, infelizmente, não dispomos. Para começar, deveríamos falar em "desempregos" e não em desemprego, como se fosse tudo a mesma coisa. Temos três tipos de desemprego no Brasil e cada um deveria ser considerado separadamente.

O primeiro é o desemprego herdado do passado, conseqüência das grandes transformações na agricultura, não necessariamente transformações para melhor, para novos padrões tecnológicos. Transformações e crises específicas de determinados setores da economia. Na Zona da Mata Sul, de Pernambuco, clássica região da cana-de-açúcar, há alguns anos havia duzentos mil trabalhadores rurais. Agora há apenas quarenta mil. A maioria migrou para outros lugares, especialmente São Paulo. Daí resulta o desempregado cujo respectivo setor produtivo desapareceu. Por força de sua geralmente precária ou nenhuma escolarização, esse desempregado, em princípio, já não tem alternativas, a não ser a melancólica inserção no Fome Zero.

O segundo é o desemprego industrial que vem sendo produzido na atual conjuntura econômica, decorrente sobretudo da modernização tecnológica, da chamada reestruturação produtiva, em que homens são substituídos por máquinas. Aí também há os efeitos da concorrência internacional, fator de modernização, inevitável. Mas há, além disso, a concorrência de produtos importados de países cuja produção industrial e agrícola se baseia na superexploração da força de trabalho, com trabalhadores ganhando salários ridículos, aquém das necessidades humanas. É o caso de alguns países da Ásia. O tecido fabricado nessas condições e importado por nós destrói a nossa indústria têxtil, quando não força a redução de salários na indústria de tecidos e na indústria de confecção. Hoje estamos importando fatores de miséria. Mesmo qualificado, esse trabalhador que a importação desemprega não terá chance fácil de reinserção no mercado de trabalho, a não ser abrindo mão de substancial parte de sua qualidade de vida.

O terceiro é o desemprego prospectivo das novas gerações, o tema menos discutido, menos conhecido e menos abordado. Nossas melhores escolas superiores estão hoje diplomando desempregados. Todas as profissões que poderíamos chamar de conspícuas estão sendo degradadas pela deterioração dos salários dos altamente qualificados e pela desmotivação e competição em que o pessoal mais qualificado atua como seu próprio inimigo.

Esses fatores todos, reduzíveis à fórmula da redução da renda per capita, implicam na anulação de um eventual fator keynesiano de geração e multiplicação de emprego e renda.

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