como podemos relacionar os conceitos de liberdade, direito e paz , de acordo com o pensamento kantiano
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Resposta:
A realização da paz perpétua para Kant exige a constituição republicana (separação de poderes e representação popular) no interior dos Estados, a federação das nações no plano internacional e o reconhecimento dos direitos da pessoa em todo o mundo
Explicação:
O filósofo alemão, a exemplo de tantos outros autores, teve no contexto histórico e nas suas raízes pátrias, grande influência ao escrever A Paz perpétua – um projeto filosófico. Publicado em 1795, essa obra reflete em boa parte a transição da Europa Feudal para uma nova era liderada pela burguesia em ascensão, e guiada pelas ideias iluministas que tinham como premissas básicas a liberdade e o ser humano.
Como consequência das ideias iluministas, o final do século XVIII é também o período histórico em que ocorreram profundas transformações econômicas, políticas e sociais no mundo, como por exemplo, a Revolução Industrial, a Independência dos Estados Unidos da América e a Revolução Francesa.
Cabe ainda destacar o fato de Kant ter nascido e passado toda a sua vida na Prússia, Estado de forte vocação militar. Com efeito, o exército permanente de Frederico II dispunha de um efetivo de 230 mil soldados, em uma população de seis milhões de habitantes, sendo despendidos anualmente cerca de 80% do orçamento do Estado em gastos militares.
Finalmente cabe ainda lembrar que poucos meses antes da publicação de A paz perpétua, em abril de 1795, a Prússia de Kant celebrou com a França o tratado conhecido como a Paz de Basileia, que proporcionou um breve período de paz entre esses países e colocou fim ao isolamento diplomático de três anos da França Revolucionária, que havia sido imposto em conjunto com a Áustria e a Inglaterra.
É, portanto neste cenário de rupturas e transformações que Kant escreve seu pequeno grande texto, onde procura não apenas respostas para os dilemas de seu tempo, mas também apresenta um projeto filosófico para o futuro.
A paz perpétua coloca em primeiro plano as possibilidades da paz e a defesa do republicanismo, ressaltando a relação necessária entre ética e política por intermédio do Direito Internacional.
Para desenvolver sua teoria, Kant estrutura o texto em forma de um conciso tratado imaginário de paz, contendo artigos preliminares e definitivos, apêndices, suplementos, e até mesmo um artigo secreto, reproduzindo assim as convenções de paz da época.
Vale observar, no entanto que, como bem adverte Ricardo Terra, embora escrito de maneira simples e direta, a ironia na estruturação do texto não nos deve enganar: estamos diante de uma obra filosófica complexa