Como Podemos Relacionar As Guerras E A Pratica De Sacrificios Humanos Com A Formaçao Do Imperio Asteca ?
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Sacrificar seres humanos aos deuses, era para os Astecas uma missão, enquanto povo escolhido pelo seu deus Huizilopochtli. Os sacerdotes ficavam com os vencidos para os sacrifícios , o deus era apaziguado. Era mal a obsessão de sacrifício, que para eles as frequentes campanhas bélicas acabaram por não se dirigir à conquista de territórios, mas tornaram-se uma forma de encontro ritualizado, de conflitos cerimoniais, a que se deu o nome de "Guerra Florida", com a qual era possível obter sempre novas vítimas para os sacrifícios aos deuses. O seu destino final, como acontecia com os prisioneiros mortos no templo, era a glória de acompanhar o Sol no seu caminho celestial. Esta "Guerra Florida" foi instituída no reinado de Moctezuma I, por Tlacaelel, uma espécie de grão-vizir. Com este fim, Tenochtitlán selou uma aliança tripla com o estado Acolhua de Texcoco (do outro lado do lago) e com o pequeno estado de Tlacopán, numa luta permanente contra os estados de língua Nahualt de Tlaxcala e Huexotzingo. A finalidade de ambos os lados era simplesmente ganhar cativos para serem sacrificados.
Execução por apedrejamento, processo independente e distinto dos sacrifícios, registro provavelmente do Códice Florentino.Canibalismo ritual registrado Códice MagliabechianoA morte em combate ou na pedra sacrificial era o destino mais elevado do guerreiro, e conduzia-o para o mais alto céu. A base do pensamento religioso e da actividade ritual provinha da ideia de que era necessário manter uma relação constante de intercâmbio com o sobrenatural. Oferecendo aos deuses a energia vital necessária para manter a actividade, poder-se-ia continuar a receber dele os dons que permitiam a existência humana, como a luz, o calor, a água, a caça, os produtos da terra, etc. No inicio pouco numerosos, durante a época da conquista, não se passava um dia sem que se fizesse pelo menos um sacrifício. Quanto mais alta fosse a categoria da vítima mais valiosa era para o fim em vista.
O sacrifício tradicional mais dramático dava-se uma vez por ano, no 5º dia do mês toxcatl, em honra a Tezcatlipoca. Um ano antes, os sacerdotes designavam um jovem prisioneiro para representar o deus. Durante esse ano seguinte a precedia à cerimónia ensinavam-lhe as artes nobres, como por exemplo, tocar a flauta de argila. Vestido com trajes sumptuosos, todos o reverenciavam como a imagem viva do deus. No começo do mês Toxcatl, casavam-no com quatro virgens (que usavam o nome de Xochiquetzal, Xilonen, Atlatonan e Uixtociatl). Quanto mais se aproximava a data fatídica, mais as festas organizadas em sua honra eram faustosas. No dia do sacrifício, ele embarcava com as suas mulheres num barco que os conduzia a uma pequena ilha onde ficava o templo. Então as mulheres deixavam-no e ele dirigia-se sozinho para a pirâmide ou "Teocalli". Subia a escadaria, quebrando sucessivamente sobre os degraus todas as flautas de argila que tinha usado durante esse ano. Assim que chegava à plataforma do templo, quatro sacerdotes estendiam-no sobre a pedra sacrificial segurando-lhe os braços e as pernas; o quinto homem abria-lhe o peito com uma faca de sílex e metendo a mão dentro do peito, arrancava-lhe o coração que, logo de seguida, erguia ao céu em oferenda á divindade. A famosa "pedra do sacrifício", que data do reino de Tizoc, é um vaso enorme onde se queimava o coração das vítimas. Outro tipo de sacrifício: a vítima combatia sucessivamente com armas fictícias contra guerreiros bem armados; se conseguisse defender-se contra o primeiro, morria inevitavelmente aos golpes dos seguintes.
Ao deus Xipe Totec: depois do coração arrancado, este era depositado no cuauxicalli ou "vaso de água", para ser queimado e servir de alimento aos deuses. A cabeça era separada do corpo, e este esfolado. Os sacerdotes e aqueles que faziam penitência (para homenagear os deuses), vestiam-se com a pele da vitima, que usavam durante 20 dias, ao fim dos quais o que personificava o deus Xipe Totec, o "nosso senhor esfolado", "deitava um cheiro repulsivo como se fosse um cão morto". Ao deus Tlaloc: sacrificavam-se crianças no alto das montanhas para trazer chuva no fim da estação seca, para apaziguar o deus; quanto mais elas choravam, mais satisfeito o deus ficava.
20 000 homens eram imolados em cada ano. O templo de Huitzilopochtli é disso testemunham. Hernan Cortez e os seus homens, contaram cerca de 140 000 crânios.
Todas estas cerimónias eram reguladas por um calendário litúrgico chamado "Tonalpohualli", a par com o calendário solar relacionado com a vida rural