Administração, perguntado por 009383, 1 ano atrás

como pode uma desvalorização cambial conduzir a uma melhoria na balança comercial e uma redução de salário real​

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Respondido por Lawman
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Resposta: Se você desvaloriza a moeda local em relação a uma outra moeda (dólar, por exemplo), você altera a relação de preços relativos entre o mercado interno e externo. Em outras palavras, num golpe de caneta (como os  economistas costumam chamar este tipo de medida), todos os preços de todos os produtos vendidos no Brasil ficam mais baratos em relação aos preços praticados fora do Brasil.  

Ora! Se nossos preços estão mais baratos, é óbvio que os demais países irão querer comprar nossos produtos e com isso aumentam os seus pedidos a produtos brasileiros e isso faz com que nossas exportações aumentem e au mesmo tempo nossas importações diminuam, pois assim como nossos preços se tornaram mais baratos, para nós os preços deles se tornaram mais caros dado que precisamos de mais reais para comprar a mesma quantidade de produtos que comprávamos antes da desvalorização.  

Ou seja, aumento nas exportações e queda nas importações gera uma melhoria na balança comercial.

Já a redução do salário é um efeito indireto, pois o aumento das exportações nada mais é que um aumento na demanda por nossos produtos. Como a oferta não é tão flexivel como a demanda para que a economia brasileira encontre seu equilíbrio após a desvalorização da moeda, os preços sobem, ou seja inflação. Inflação nada mais significa que a perda do poder aquisitivo do trabalhador, ou seja, com o aumento dos preços ele passa a consumir menos, em outras palavras seu salário passa a poder comprar cada vez menos, ou seja uma redução relativa dos salários praticados internamente.  

Moral da história: UMA DESVALORIZAÇÃO MONETÁRIA SÓ TEM EFEITOS PRÁTICOS NA ECONOMIA SE VIER ACOMPANHADA DE POLÍTICAS ECONÔMICAS RESTRITIVAS. Isso é necessário pois tais políticas inibiriam a demanda interna de forma a compensar o aumento da demanda externa por meio do aumento nas exportações.  

Exemplo: Imagine dois países Brasil e EUA. Um produto, a laranja que custa R$1,00 (ou US$1.00). Uma paridade inicial onde US$1.00 = R$1,00. E a inexistência de custos de transporte e tarifas de exportação.  

Num primeiro momento EUA e Brasil produzem suas próprias laranjas para o consumo interno de cada país e não há comércio entre os países.  

O Brasil desvaloriza o real que passa a valer U$2.00. Ora neste momento os americanos deixarão de consumir as laranjas produzidas nos EUA e comprarão as laranjas brasileiras, pois com US$1.00 podem adquirir agora duas laranjas no Brasil e nos EUA apenas uma. Com Isso o Brasil passa a suprir as necessidades internas e externas. Como a oferta é fixa no curto prazo (já que se precisa de um tempo para plantar mais laranjas e colhê-las) e para aumentá-la é necessário esperar uma safra, os preços das laranjas no Brasil subirá de forma a custar agora R$2,00. E quando isso acontece, não mais será interessante para os americanos consumir nossa laranja e voltarão a consumir as deles mesmo. Pois com US$1.00 comprará apenas uma laranja no Brasil ou nos EUA.  

No final da história as laranjas nos EUA custarão os mesmos US$1.00 mas as laranjas brasileiras, R$2,00. Ou seja, inflação no Brasil.  

Explicação:

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