História, perguntado por mariaclara1170, 9 meses atrás

como os sentimentos religiosos do povo brasileiro foram utilizado?

Soluções para a tarefa

Respondido por ericarodriguesgata
0

Explicação:

golpe militar que mergulhou o país num de seus períodos mais sombrios completa hoje 55 anos. Neste aniversário do golpe que durou de 1964 a 1985, a Pública entrevista o historiador Rodrigo Patto Sá Motta, doutor em história pela USP e professor do Departamento de História da UFMG, autor da obra Em guarda contra o perigo vermelho (2002), que aborda o anticomunismo no Brasil entre 1935/37 e 1961/64.

Patto, que também é autor de As universidades e o regime militar, faz duas provocações ao longo da conversa, a primeira: “Se o regime político instaurado em 1964 era popular e tinha apoio majoritário da população, por que diabos necessitou de mecanismos autoritários para se manter no poder?”. E a segunda: “Consideremos por um momento, apenas para construir raciocínio hipotético, que havia séria ameaça comunista e a intervenção militar visava defender a democracia contra o totalitarismo (reitero que considero tais argumentos sem fundamento). Se assim fosse, qual a justificativa, então, para terem instalado uma ditadura e se aboletarem no poder durante duas décadas? Porque não entregaram o poder aos civis depois de derrotada a “ameaça”?”.

A seguir, o historiador explica em detalhes as batalhas de memória e historiográficas em torno do golpe e da ditadura, caso do vídeo pró-golpe divulgado ontem pelo Planalto em que se descreve o período como um “tempo de medos e ameaças”, em que os “comunistas prendiam e matavam seus compatriotas”.

Segundo Rodrigo, essa batalha vai se intensificar com a ofensiva dos grupos de direita para fazer valer uma “boa memória” sobre 1964, “o que representa não apenas a defesa de um ponto de vista sobre o passado, mas a afirmação de uma imagem positiva com propósito de atribuir legitimidade a um governo comandado por militares no presente”, afirma.

Quando perguntado se vê a democracia em risco, o historiador é assertivo. “A democracia está em risco desde o impeachment de 2016, que foi uma manobra política sem fundamento legal”.

Arquivo pessoal

Sá Motta sobre 1964: “lideranças sabiam perfeitamente que o comunismo não estava no horizonte, mas manipularam o medo para engrossar a oposição ao governo Goulart”

Como historiador o senhor avalia que ao negar o golpe o presidente Jair Bolsonaro tenta reinventar uma versão da história já refutada pela historiografia com provas documentais e testemunhais?

Já havia um investimento em recuperar as comemorações de 1964 em sentido positivo. Vale a pena lembrar que em novembro passado o então comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, escreveu no Twitter que era preciso recuperar “a intentona comunista ocorrida há 83 anos”, sinalizando a retomada dos discursos tradicionais de que os militares salvaram o Brasil do comunismo. Grupos dentro e fora do governo vêm investindo nisso, inclusive com estratégias para alcançar público mais amplo por meio de recursos audiovisuais. As batalhas de memória e historiográficas em torno do golpe e da ditadura vão se intensificar com a ofensiva dos grupos de direita para tentar prevalecer sua “boa memória” sobre 1964, o que representa não apenas a defesa de um ponto de vista sobre o passado, mas a afirmação de uma imagem positiva com propósito de atribuir legitimidade a um governo comandado por militares no presente.

Perguntas interessantes