História, perguntado por Bruninhogato, 10 meses atrás

como os russos venceram os alemães em monique?​

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Respondido por joycehvi
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Resposta:

Com nenhum de seus vizinhos, a Rússia viveu em tão grande amizade. como com a Alemanha, não obstante a fronteira comum às duas nações ser muito extensa antes da Polônia se tornar independente. Por quinhentos anos, nenhum russo atirara contra um alemão. A única exceção foi uma guerra contra a Prússia, e então o Tzar estava aliado à Áustria. Os russos estiveram aliados à Áustria em três grandes guerras, não obstante se baterem seis vezes contra os turcos e outras tantas contra outros vizinhos. Portanto, os russos não eram odiados em parte alguma da Alemanha — quando mais não fosse pelo motivo dos dois povos não se conhecerem um ao outro. Ao passo que toda a paixão de domínio da Alemanha tinha sido dirigida contra o Oeste por mil anos contra a França, e a ambição nacional se exauria sempre em novos campos de batalha, não houve guerras nem conflitos no Leste contra a Rússia. Os Romanovs mantiveram essa política pacifista por trezentos anos, até que, finalmente, lutaram contra a Alemanha na Guerra Mundial e foram derrotados.

A tentativa de continuar a guerra durante a primeira fase da revolução em 1917 fracassou imediatamente; porque os soldados nas trincheiras já começavam a confraternizar nessa frente.

O sentimento de amizade aumentou depois que os bolchevistas apareceram em cena. No segundo dia, depois que assumiu o poder, Trotsky irradiou sua famosa mensagem ao mundo, e especialmente à Alemanha. Essa foi uma das primeiras vezes que o rádio foi empregado na transmissão de discursos para países distantes. O apelo, começando com estas palavras: "A todos!" causou uma profunda impressão depois de três anos de guerra. E o mundo que escutava ouviu estas palavras:

"Propomos que todas as nações e governos em guerra entrem em imediatas negociações para a realização de uma paz democrática e justa sem anexações nem reparações."

Durante os quatro anos que se seguiram, as relações entre a Rússia e a Alemanha foram regularizadas em volta de três mesas verdes de conferências: primeiro como entre vencedor e vencido, depois como entre neutros e, por fim, em forma de uma aliança.

A primeira dessas mesas provavelmente não foi verdadeira, mas sim uma tosca peça de mobília na estalagem dilapidada de uma cidade meio demolida: Brest-Litowsky. Aí, os generais alemães vitoriosos encontraram-se com os bolchevistas derrotados, no Natal de 1917. Uma cena imortal! Os alemães, já sob a impressão do pressentimento do desastre futuro, mas ainda apresentando-se como vitoriosos com as suas resplendentes medalhas, espadas e esporas retinindo, as vozes ressonantes, encontraram-se aí com meia dúzia de comunistas, operários e literatos de casacos surrados, porém rostos determinados, prontos a acertar a conta do mau governo tzarista que acabavam de destruir. Ali, aqueles generais prussianos, cujo poder externo ainda era reconhecido em metade da Europa, aqueles herdeiros da casta privilegiada através dos séculos, olharam com olhos altivos e frios para as caras inteligentes e apaixonadas de revolucionários que eram proletários e idealistas, lutadores e fanáticos. Pasmos, os brilhantes generais viram mesmo uma ou duas mulheres entre os delegados e mal puderam conter o riso. Ambos os grupos desprezavam-se reciprocamente; mas os arrogantes vencedores, cujos líderes davam murros na mesa nos momentos críticos, sabiam que seu declínio estava próximo.

Ninguém reconheceu a precariedade da situação alemã mais depressa do que Lenine.

"Quanto mais os alemães avançam" disse ele, "mais claro se torna para todos, mesmo para muitos cidadãos germânicos, que a guerra não oferece uma saída. Quanto mais suas tropas avançam, tanto mais perigosa se torna a situação do exército que despoja gente indefesa como um bando de salteadores, roubando-lhes o último bocado que têm para comer, apesar de sua surda resistência."

Hoje, depois de vinte, e quatro anos, o sucessor de Lenine, Stalin, podia predizer à mesma coisa ao sucessor do Kaiser, palavra por palavra. Mais tarde, Lenine resumiu a campanha alemã no seu magnífico estilo:

"A princípio, o balão encheu-se até cobrir três quartos da Europa. Depois estourou e não deixou ficar senão o mau cheiro."

Um ano depois, na Primavera de 1919, os delegados alemães estavam sentados no teatro de Weimar deliberando sobre o tratado de Versalhes a que tinham sido submetidos. Aí, contudo, não estavam nem generais alemães nem revolucionários russos. Os primeiros tinham fugido depois da derrota, os segundos não tinham sido convidados para aquele conselho. A esse tempo, o destino submetia aos alemães uma proposta que punha à prova seu caráter, mais profundamente do que qualquer outra jamais apresentada pela história: era-lhes oferecida a escolha entre a liberdade e o direito à propriedade.

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