Filosofia, perguntado por josiih99, 1 ano atrás

como os primeiros filosoficos concebem a materia que compoe todas as coisas?

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Respondido por Usuário anônimo
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Os primeiros pensadores centraram a atenção na natureza e elaboraram diversas concepções de cosmologia (procurar a racionalidade constitutiva do universo), explicar, diante da mudança (do devir) a estabilidade, o uno. Ao perguntarem como seria possível emergir o cosmo do caos (da confusão inicial surge o mundo ordenado), os pré-socráticos buscam o princípio (em grego, arkhé) de todas as coisas, entendido não como aquilo que antecede no tempo, mas como fundamento do ser.

As respostas à questão do fundamento das coisas, da unidade que pode explicar a multiplicidade são:

Tales de Mileto (640-548 a.C.): astrônomo, matemático e primeiro filósofo, a arkhé é a água, afirmava que o mundo teria evoluído da água por processos naturais. Jostein Gaarder observa que provavelmente ao visitar o Egito, Tales observou que os campos ficavam fecundos após serem inundados pelo Nilo. Tales, então, viu que o calor necessita de água, que o morto resseca, que a natureza é úmida, que os germens são úmidos, que os alimentos contêm seiva, e concluiu que o princípio de tudo era a água.

Pitágoras (séc. VI a.C.): filósofo e matemático, o número é a essência de tudo, todo o cosmo é harmonia, porque é ordenado pelos números. Esse é entendido tanto no sentido quantitativo, isto é, matemático, como no sentido qualitativo, ou seja, metafísico.

Anaximandro (610 – 547 a.C.): o fundamento dos seres é uma matéria indeterminada e ilimitada (Àpeiron), que daria origem a todos os seres materiais. Àpeiron, termo grego que indica o ilimitado, o infinito, uma realidade originária e indiferenciada, sem limites e sem fronteiras, “de onde provêm todos os céus e os mundos neles contidos”.

Anaxímenes (588-524 a.C.): coloca que o ar, pela rarefação e condensação, faz nascer e transformar todas as coisas. O ar, melhor que qualquer outra coisa, se presta à variações e também pelo fato de que é imprescindível para os seres vivos. A alma é ar, o fogo é ar rarefeito; quando acontece uma condensação, o ar se transforma em água, se condensa ainda mais e se transforma em terra, e por fim em pedra. Destacou-se por ser o primeiro a fornecer a causa dinâmica que faz todas as coisas derivarem do princípio uno (condensação e rarefação). “... do ar dizia que nascem todas as coisas existentes, as que foram e as que serão, os deuses e as coisas divinas...”.

Parmênides de Eleia (c. 544 – 450 a.C.) e Heráclito de Éfeso (séc. VI e V a.c.) desenvolveram teorias que entraram em conflito e instigaram os filósofos do período clássico. Para Parmênides, o ser real é imóvel, imutável e o movimento é uma ilusão. Ele afirma que o ser é; e de maneira muito simples, justifica essa afirmação. Ele diz que "tudo aquilo que alguém pensa e diz é. Não se pode pensar senão naquilo que é. Pensar o nada significa não pensar absolutamente, e dizer o nada significa não dizer nada. Portanto, o nada é impensável e indizível" (REALE, 1990, 51). Parmênides também atribui ao ser algumas características: ele é eterno, imutável, uno incorruptível, incorruptível e indivisível. Afirma que o ser não pode ser gerado, nem corrompido, pois se ele for gerado, existirá dois seres, o que é impossível pois ele diz que o ser é, logo não pode ser criado. Também afirma que o ser não poder se corruptível, caso o seja, significa que ele é finito, ou seja, logo morrerá. Com isso, o ser terá que nascer, contradizendo assim a afirmação anterior. Parmênides tem como principio de sua filosofia a ontologia, que é o estudo do ser enquanto ser. A partir do momento que ele deixa de estudar a phýsis, enquanto uma causa de origem, e passa a estudar o ser enquanto ser, rompe com os demais pré-socráticos e passa da cosmologia para a ontologia. Já para Heráclito, tudo flui e tudo que é fixo é ilusão. O principio universal de Heráclito é: tudo se move e que nada permanece estático. Panta Rhei, sua "máxima", significa " tudo flui" , tudo se move, exceto o próprio movimento. A designação mais exata que podemos usar é o devir. Ele exemplifica dizendo que, não podemos entrar duas vezes no mesmo rio, porque ao entrarmos pela segunda vez, não serão as mesmas águas que lá estarão, e a própria pessoa já será diferente.

Anaxágoras (499-428 a.C.): foi mestre de Péricles. Sustentava que as “sementes” de todas as coisas foram ordenadas por um princípio inteligente, uma Inteligência Cósmica (nous). Cada coisa surge quando vários elementos se agregam, e desaparecem quando esses se separam.

Empédocles (483-430 a.C.): os quatro elementos terra, ar, água e fogo constituem tudo. Tais elementos, tinham a característica de subsistir diante da geração, da alteração e da destruição. Para Empédocles, todas as coisas que existem, apresentam, em alguma proporção, os quatro elementos.

Leucipo (séc. V a.C.) e Demócrito (c. 460-c. 370 a.c.) são atomistas, por considerem o elemento primordial constituído por átomos, partículas indivisíveis. Como para eles também a alma era formada por átomos, estamos diante de uma concepção materialista e determinista.

Respondido por antoniocarloskpdv9mz
5
dualismo platônico.
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