Como Os Islamicos Tratavam A Questão Da Escravidão
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A escravidão existia entre os povos árabes desde antes da ascensão de Maomé como profeta e da propagação do islamismo como religião e modelo de civilização. Entretanto, foi a partir do momento em que os árabes tornaram-se islâmicos, quando foram convertidos por Maomé, no século VII, e passaram a expandir seus domínios pela Península Arábica, Leste Europeu, Península Ibérica e o norte da África que a prática da escravidão tornou-se mais ampla e notória no mundo muçulmano.
A prática da escravidão entre os povos árabes se dava, inicialmente, por meio do mecanismo que era comum desde a antiguidade: os povos vencidos em guerras, que tinham suas propriedades pilhadas, eram tomados como escravos. Aos poucos, a escravidão passou a ser justificada pelos fundamentos do islamismo. Cristãos, caucasianos, francos, negros da região subsaariana da África e diversos outros povos eram feitos de escravos por não partilharem da crença muçulmana, sendo considerados ou idólatras (adoradores de ídolos) ou infiéis (como eram considerados os cristãos).
Os homens escravizados serviam como força de trabalho em diversas áreas. Trabalhavam tanto no campo (manejando culturas agrícolas e pastagem de animais) quanto na cidade (em locais como oficinas de artesanato, nas ruas, nos palácios e haréns e nas residências). Os serviços urbanos iam dos mais humilhantes até os postos de altos funcionários, como o cargo de vizir (aquele a quem era delegado o poder político sobre determinada região a mando de um soberano muçulmano).
Os meninos e os jovens adultos eram raptados nas guerras e recebiam treinamento militar, sendo incorporados ao exército. Dependendo de sua origem e de sua disposição de converter-se ao islamismo, eram alforriados, tornando-se clientes de seus antigos donos. Os únicos que não partilhavam dessa possibilidade de ascensão eram os escravos negros da África subsaariana, que alimentavam o tráfico de escravos empreendido também pelos bérberes.
As mulheres e meninas também eram raptadas, porém com a finalidade de aprenderem a dançar, tocar instrumentos musicais e desenvolverem as habilidades necessárias para viver nos haréns dos sultões. Havia também os homens castrados, que eram comprados para servir como eunucos (auxiliares das mulheres nos haréns). Como a castração era proibida entre os muçulmanos, estes se dispunham a pagar altos preços pelos eunucos, que eram vendidos por outros povos que capturavam e castravam homens, sobretudo no Leste Europeu.
Um exemplo famoso de europeu cristão feito escravo pelos muçulmanos foi Miguel de Cervantes, autor da obra Dom Quixote, que foi preso na Batalha de Lepanto, em 1570. Especula-se que, ao longo da existência dos impérios muçulmanos, mais de 15 milhões de pessoas tenham sido escravizadas.
Por Me. Cláudio Fernandes
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A prática da escravidão entre os povos árabes se dava, inicialmente, por meio do mecanismo que era comum desde a antiguidade: os povos vencidos em guerras, que tinham suas propriedades pilhadas, eram tomados como escravos. Aos poucos, a escravidão passou a ser justificada pelos fundamentos do islamismo. Cristãos, caucasianos, francos, negros da região subsaariana da África e diversos outros povos eram feitos de escravos por não partilharem da crença muçulmana, sendo considerados ou idólatras (adoradores de ídolos) ou infiéis (como eram considerados os cristãos).
Os homens escravizados serviam como força de trabalho em diversas áreas. Trabalhavam tanto no campo (manejando culturas agrícolas e pastagem de animais) quanto na cidade (em locais como oficinas de artesanato, nas ruas, nos palácios e haréns e nas residências). Os serviços urbanos iam dos mais humilhantes até os postos de altos funcionários, como o cargo de vizir (aquele a quem era delegado o poder político sobre determinada região a mando de um soberano muçulmano).
Os meninos e os jovens adultos eram raptados nas guerras e recebiam treinamento militar, sendo incorporados ao exército. Dependendo de sua origem e de sua disposição de converter-se ao islamismo, eram alforriados, tornando-se clientes de seus antigos donos. Os únicos que não partilhavam dessa possibilidade de ascensão eram os escravos negros da África subsaariana, que alimentavam o tráfico de escravos empreendido também pelos bérberes.
As mulheres e meninas também eram raptadas, porém com a finalidade de aprenderem a dançar, tocar instrumentos musicais e desenvolverem as habilidades necessárias para viver nos haréns dos sultões. Havia também os homens castrados, que eram comprados para servir como eunucos (auxiliares das mulheres nos haréns). Como a castração era proibida entre os muçulmanos, estes se dispunham a pagar altos preços pelos eunucos, que eram vendidos por outros povos que capturavam e castravam homens, sobretudo no Leste Europeu.
Um exemplo famoso de europeu cristão feito escravo pelos muçulmanos foi Miguel de Cervantes, autor da obra Dom Quixote, que foi preso na Batalha de Lepanto, em 1570. Especula-se que, ao longo da existência dos impérios muçulmanos, mais de 15 milhões de pessoas tenham sido escravizadas.
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