Português, perguntado por damamae7, 7 meses atrás

Como os índios aproveitam os alimentos? E como cuidam da saúde mental?

Soluções para a tarefa

Respondido por ariadnyvidaloliveira
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Resposta:A saúde alimentar nas comunidades indígenas

“Uma característica necessária a todos que pretendem atuar nos territórios indígenas é saber ouvir, buscando conhecer as comunidades, seus saberes e suas regras de organização social e suas formas de cuidados com a saúde e o ambiente. E mais, é preciso entender a grande sociodiversidade dos povos indígenas, que necessitam de um olhar diferenciado.”

Com esta constatação, iniciamos a conversa com a Anabele Pires dos Santos sobre a sua atuação em alimentação e nutrição nas comunidades indígenas. Ela é nutricionista graduada em nutrição pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e especialista em saúde indígena pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Hoje, atua como docente no Curso de Especialização em Saúde Indígena da Universidade Federal de São Paulo/Universidade Aberta do SUS.

Foi no período de graduação, nas aulas de Antropologia e Práticas Alimentares e Educação Alimentar e Nutricional, que Anabele despertou sua paixão em atuar junto aos povos indígenas. Anabele conta que “ao final do curso recebeu o convite para o trabalho na tribo Xacriabá (Norte de Minas Gerais), nas atividades de campo do Projeto Distribuição Espacial da Desnutrição da População Infantil e das Nosologias Prevalentes, no período de 2000 a 2006, em populações indígenas de Minas Gerais. Da pesquisa, ela declara que “a identificação foi imediata.” Junto disto, a nutricionista comenta que “a recepção e as parcerias com as comunidades vieram logo de início, motivando o trabalho pautado no diálogo e na troca de conhecimentos.”

O olhar prioritário

Diversas são as intervenções para compreender de forma mais ampla, interagir e promover a cidadania e assimilar a riqueza alimentar nas tribos indígenas. De forma prioritária, Anabele defende “ é necessário priorizar o acompanhamento do estado nutricional de crianças menores de cinco anos e das gestantes”. Toda a observação e a realidade de informações geradas fomentam o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional Indígena (SISVAN I), instrumento recomendado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Ministério da Saúde (MS). “Os indicadores permitem descrever e prever as tendências das condições alimentares e nutricionais de forma regular nas comunidades, contribuindo na construção e avaliação de políticas públicas, nos programas e ações voltadas à saúde desta população”, explica a nutricionista.

Um dos pontos que chama a atenção de Anabele é o quadro epidemiológico. Segundo ela, “O I Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas é marcado por alta prevalência de desnutrição e anemia entre as crianças e sobrepeso e obesidade entre as mulheres.” No caso dos índios adultos, ela cita “o alto número de doenças não transmissíveis (DCNT) como o diabetes mellitus e a hipertensão arterial.”

Promover a saúde em comunidades indígenas exige alinhamento com o Núcleo de Apoio à Saúde Indígena (NASI) , que tem papel importante e ao mesmo tempo desafiador. “É preciso orientar os índios sobre novos alimentos que entram nas aldeias, em sua grande maioria industrializados, ricos em gordura e sal, e pobres em vitaminas e minerais.” E acrescenta “precisamos despertar e valorizar os hábitos alimentares tradicionais e promover ações de fortalecimento que permitam e incentivem esses hábitos. ”

Segurança alimentar em território indígena

A segurança alimentar e nutricional (SAN) em terras indígenas é de muita complexidade. Anabele cita que, em 2009, o Relatório do Diagnóstico Politransdimensional em SANs com povos indígenas de Minas Gerais revelava o quadro de insegurança alimentar que perpassava por diversas dimensões relacionadas com a alimentação. Para a nutricionista, para discutir SAN indígena “é preciso garantir acesso a terra e água de qualidade, manejo adequado das roças, garantia de caça e coleta sustentável dos alimentos.”

espero ter ajudado um pouco

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