Como os elementos químicos foram descobertos? Dê exemplos.
Soluções para a tarefa
Alguns elementos já eram conhecidos pelo homem desde a antigüidade, a saber, ouro, prata, cobre, ferro, chumbo, estanho, mercúrio e enxofre. Destes, sete são metais, tendo inclusive surgido uma teoria que tal seria o número máximo possível de metais existentes, cada qual associado a cada um dos corpos celestes então conhecidos.
Ainda no tempo da Alquimia, mais quatro elementos foram conhecidos no estado livre: arsênio, antimônio, bismuto e fósforo.
O assim chamado “arsênico”dos gregos e romanos, consistia em seus sulfetos naturais, um deles o “ouropimenta”(corruptela de “ouropigmento”), nome dado ao mineral constituído de sulfeto de arsênio. Não se sabe ao certo quem primeiro o obteve em estado elementar; costuma-se atribuir o feito a Alberto, o Grande (Albertus Magnus, 1193-1280), dominicano alemão, que obteve o metal pelo aquecimento de ouropimenta com sabão. Paracelsus, no séc. XVI, mencionou um processo de obtenção de arsênio pelo aquecimento do “arsênico” dos antigos com cascas de ovos.
O antimônio, tal como o arsênio, também já era conhecido dos antigos, provavelmente só na forma de sulfeto, que era usado para o escurecimento das pálpebras das mulheres. A imperatriz Cleóprata, do Egito, fazia uso desse composto para a pintura das pálpebras.
Berthelot acreditava que o antimônio metálico já era conhecido dos antigos caldeus, baseado na análise de um vaso, feito de antimônio quase puro. É possível também que os gregos e romanos já obtivessem antimônio elementar, porém não o distinguiam perfeitamente de outros metais, empregando o nome genérico de “chumbo” para aqueles moles, escuros e facilmente fusíveis.
Georgius Agricola, no século XVI, já tinha familiaridade com o antimônio metálico, cuja descrição aparece no seu De natura fossilium.
Na literatura alquímica existem referências abundantes ao antimônio. A obra mais famosa a respeito é o “Carro triunfal do antimônio”, atribuída ao monge beneditino Basilius Valentinus, que teria século XV. Porém o estilo do trabalho parece demasiado moderno para tal época.
Nicolás Lémery (1645-1715) publicou, em 1707, o seu “Tratado sobre o antimônio”, no qual o estuda sobre todos os aspectos, inclusive descrevendo a preparação do antimônio metálico e suas propriedades.
O bismuto metálico já era conhecido no século XV, do qual se tem objetos de arte nos quais aparece esse metal. Os primeiros tipos de imprensa de Gutenberg, deste século, eram de bronze; em torno de 1450, contudo, passou-se a usar tipos de uma liga que possuía bismuto. Paracelsus, em uma de suas obras, fez uma ligeira alusão a esse metal, e Agricola o descreve com muito mais pormenores. No De re metallica existem várias receitas para sua obtenção.