Como os burgueses ficaram com o rompimento do estatuto colonial?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Explicação:
A insatisfação das classes baixas, acentuada por graves crises econômicas que produziram desemprego e fome em larga escala, acabou por explodir na Revolução Francesa, um exemplo clássico da luta de classes e um divisor de águas na história da Europa, fazendo cair as leis e os privilégios da ordem feudal e absolutista, limpando o caminho para a rápida expansão do comércio, da tecnologia, da ciência e da indústria, e para o surgimento da Revolução Industrial. Uma onda de revoluções liberais sacudiu a Europa e América nas décadas seguintes, com um sucesso, no entanto, muito irregular nas diferentes regiões. A burguesia assumia o comando definitivo da sociedade, mas mesmo que os iluministas pregassem uma sociedade igualitária, "igualdade" ainda era um conceito seletivo, aplicado apenas para certos segmentos da população, havendo a forte preocupação de que as revoluções não caíssem no extremo de entregar o comando ao proletariado.[7][28] Parece claro que seu sucesso nas várias regiões dependeu na maior parte dos casos da capacidade burguesa de interagir com a antiga classe dominante sem uma confrontação radical e de integrar-se a um quadro social já existente, embora seja inegável seu papel de agente transformador desse quadro.[32]
Muito dessa transformação deriva de uma mudança de foco nos interesses econômicos burgueses e no sistema de produção. Enquanto que nas primeiras etapas de formação do capitalismo era dominante uma filosofia mercantilista, advogando a intervenção do Estado na economia, o protecionismo no comércio exterior e o acúmulo de capitais na forma de reservas de ouro e prata, nesta época esses princípios haviam se tornado obsoletos, impondo-se uma atualização em benefício de um novo liberalismo econômico e de uma ordem social renovada, da qual a burguesia alardeava ser a defensora, uma ordem onde deveriam imperar a justiça e o direito.[7] Na interpretação de Albert Soboul, "o progresso das Luzes solapava os fundamentos ideológicos da ordem estabelecida, ao mesmo tempo que se afirmava a consciência de classe da burguesia. Sua boa consciência: classe em ascensão, acreditando no progresso, tinha a convicção de representar o interesse geral e de assumir o encargo da nação; classe progressiva, exercia uma triunfante atração sobre as massas populares, [assim] como sobre os setores dissidentes da aristocracia".[33]
Com a reação das oligarquias e da alta hierarquia da Igreja Católica diante da Revolução Francesa e outras revoluções liberais, as conquistas no campo dos direitos humanos e civis sofreram profundos retrocessos.[7] A afirmação do capitalismo industrial e do liberalismo econômico em boa medida foi promovida por descendentes muito ativos e empreendedores das classes trabalhadoras e manufatureiras ou de pequenos comerciantes, cujas tradições em atividades industriais e comerciais lhes deram uma base prática para um crescimento rápido, e os investimentos nas indústrias em ascensão de muitos funcionários públicos e profissionais liberais bem educados e adeptos da filosofia do progresso forneceram elementos de adicional dinamismo e versatilidade para a burguesia, mas o sistema econômico e produtivo desenvolvido constituiu uma nova fonte de opressão para as categorias de onde muitos dos seus agentes haviam saído.[32]
Uma criança trabalhando em uma mina no século XIX.
A Revolução Industrial, associada à onda imperialista do século XIX, se permitiram um progresso material inédito para a burguesia, tornaram-se também notórias por acarretar longas jornadas de trabalho, salários muito baixos, sub-habitação, maus tratos dos trabalhadores, exploração da mão-de-obra infantil e escrava, instabilidade social e aprofundamento da distância entre a classe baixa e a alta, significando condições de vida miseráveis para uma grande massa da população. Ao mesmo tempo, a mecanização do trabalho produziu um forte êxodo rural, declínio dos artesanatos e manufaturas, desemprego em larga escala e grandes problemas sociais.[7][34][35] Segundo Trindade,