Como os aquíferos podem ser úteis política e economicamente, haja vista os constantes conflitos por água?
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Resposta:
A água doce, própria para consumo, é, ao lado do petróleo, o mais estratégico dos recursos naturais da atualidade. Com o crescimento do impacto das atividades humanas sobre a natureza, sua disponibilidade encontra-se cada vez mais escassa, sem falar em algumas áreas que já apresentam uma tendência natural para esse problema. Por isso, é quase que um consenso no âmbito das ciências políticas que o século XXI será marcado como o século das disputas internacionais pelos recursos hídricos, o que nos faz pensar, então, na questão da Geopolítica da água.
É errôneo, porém, pensar que as tensões diplomáticas e os conflitos internacionais pela água sejam uma novidade no mundo. Desde as primeiras civilizações, a disputa por territórios com áreas de rios e reservas hídricas foi algo recorrente. No século XX, vários casos assinalaram também essa questão, que tende a intensificar-se ao longo das próximas décadas em várias regiões do planeta.
Em vários conflitos do passado, a água, se não era o propósito principal das ações militares, foi por diversas vezes disputada, haja vista que quem controla os recursos hídricos e sua disponibilidade possui uma ampla vantagem estratégica sobre qualquer adversário.
O conflito entre o Sudão e o Sudão do Sul – que dura várias décadas e culminou na criação do último em 2011, mas sem uma trégua definitiva – é um exemplo desse tipo de ocorrência. Os recursos naturais da região, incluindo aí alguns poços de petróleo, oleodutos e reservas de água, estão entre os elementos de maior entrave entre as frentes de batalha.
Durante a Guerra dos Seis Dias (1967), quando Israel conseguiu ampliar em grande parte suas fronteiras recém-criadas no Oriente Médio, um dos alvos conquistados foram as Colinas de Golã, que abrigam as nascentes do Rio Jordão, responsável por alimentar o Mar Morto e que é amplamente necessário para o país atualmente e também para palestinos e jordanianos. Atualmente, aliás, o acesso às águas subterrâneas por parte da população palestina na região é controlado pelo Estado israelense, o que gera uma elevada discórdia e motiva muitos dos atentados terroristas ocorridos na região em questão.
O Oriente Médio, aliás, é um dos pontos de maior risco da elevação do número de disputas internacionais pela água. Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que, dos quinze países que mais sofrem com a escassez de água, dez estão nessa região. Em segundo lugar, a própria instabilidade político-diplomática existente entre os países locais já eleva qualquer risco existente.