como ocorreu o masacre dos povos nativos
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MASSACRE DOS POVOS INDÍGENASNA AMÉRICA
Relatos de viajantes dos séculos XVI e XVII reportam a existência de grandes extensões contínuas de assentamentos humanos ao longo dos rios da Amazônia; sambaquis ao longo da costa litorânea confirmam a intensa ocupação territorial por comunidades pré-colombianas. No território que abrange a atual América Latina, nasceram e se desenvolveram povos com alta complexidade social, com grande refinamento tecnológico e artístico, dominando extensas regiões geográficas. Isto posto, não é difícil imaginar como foi violento e traumático o encontro destes povos com agentes colonizadores, que vieram dispostos a dominar e explorar a terra, seus recursos naturais e seus ocupantes. E vieram com a força militar e cultural, embalados por uma visão, religião e cultura absolutamente etnocêntricas. Os povos que estes pretenderam dominar e explorar eram estimados em alguns milhares, conformados por algumas dezenas de milhões de pessoas.
“Terra arrasada”
A pretensão dos colonizadores era inequívoca: tomar posse dos territórios ultramarinos, incorporá-los, como colônias, às respectivas metrópoles; dominar as populações aí existentes, seus recursos naturais, assim como seu patrimônio material, suas cidades, suas manufaturas, suas obras religiosas e artísticas, muitas vezes produzidas com ouro e prata. A disposição dos povos que aqui viviam era igualmente inequívoca: defender o território onde viviam há milhares de anos. Deste confronto de perspectivas se desenrolou um processo de genocídio e etnocídio violento, extenso e prolongado, que assumiu formas e proporções variadas, dependendo de fatores como capacidade tecnológica e militar de cada parte; tentativas maiores ou menores de se estabelecer alianças e acordos, invariavelmente rompidos pelos colonizadores; interesse maior ou menor de escravização das comunidades por parte da empresa colonial; existência maior ou menor de territórios para a fuga de das populações etc. Assim, tivemos a absoluta extinção dos povos que viviam na atual ilha de Cuba; o massacre de milhões de pessoas, ao longo dos séculos XVI e XVII, em confrontos militares e em ataques às comunidades, nos territórios dominados pelos povos Asteca, Maia e Inca; a depopulação, constante e insidiosa, via guerras, tentativas de escravização, submissão ou epidemias, dos povos da região litorânea e amazônica; ciclos de violência alternados, até o século XIX, em campanhas de conquistas territorial no sul do continente. Um processo que se desdobra até os dias de hoje, com a invasão constante dos territórios indígenas por fazendeiros, madeireiros, mineradoras, garimpeiros e todo tipo de exploradores dos recursos naturais do solo e subsolo das terras indígenas. De qualquer maneira, foi vitorioso o poder do colonizador, com superioridade tecnológica e militar, na sua determinação de, mesmo através de uma política de ‘terra arrasada”, tomar posse destas terras e de seus legítimos e ancestrais donos, os povos que aqui viviam há milênios. Assim foi constituída a América Latina: mapas e fronteiras foram projetados e demarcados na terra habitada, através de acordos que cortavam e separavam povos e seus territórios originais, mas contemplavam os interesses das metrópoles em disputa. Assim foi criada a América Colonial, nascida para entrar na globalização incipiente como fornecedora de recursos naturais, de riquezas minerais ou patrimoniais expropriadas pela violência; como fonte e região de uso do trabalho escravo, já então extinto em terras européias.
Relatos de viajantes dos séculos XVI e XVII reportam a existência de grandes extensões contínuas de assentamentos humanos ao longo dos rios da Amazônia; sambaquis ao longo da costa litorânea confirmam a intensa ocupação territorial por comunidades pré-colombianas. No território que abrange a atual América Latina, nasceram e se desenvolveram povos com alta complexidade social, com grande refinamento tecnológico e artístico, dominando extensas regiões geográficas. Isto posto, não é difícil imaginar como foi violento e traumático o encontro destes povos com agentes colonizadores, que vieram dispostos a dominar e explorar a terra, seus recursos naturais e seus ocupantes. E vieram com a força militar e cultural, embalados por uma visão, religião e cultura absolutamente etnocêntricas. Os povos que estes pretenderam dominar e explorar eram estimados em alguns milhares, conformados por algumas dezenas de milhões de pessoas.
“Terra arrasada”
A pretensão dos colonizadores era inequívoca: tomar posse dos territórios ultramarinos, incorporá-los, como colônias, às respectivas metrópoles; dominar as populações aí existentes, seus recursos naturais, assim como seu patrimônio material, suas cidades, suas manufaturas, suas obras religiosas e artísticas, muitas vezes produzidas com ouro e prata. A disposição dos povos que aqui viviam era igualmente inequívoca: defender o território onde viviam há milhares de anos. Deste confronto de perspectivas se desenrolou um processo de genocídio e etnocídio violento, extenso e prolongado, que assumiu formas e proporções variadas, dependendo de fatores como capacidade tecnológica e militar de cada parte; tentativas maiores ou menores de se estabelecer alianças e acordos, invariavelmente rompidos pelos colonizadores; interesse maior ou menor de escravização das comunidades por parte da empresa colonial; existência maior ou menor de territórios para a fuga de das populações etc. Assim, tivemos a absoluta extinção dos povos que viviam na atual ilha de Cuba; o massacre de milhões de pessoas, ao longo dos séculos XVI e XVII, em confrontos militares e em ataques às comunidades, nos territórios dominados pelos povos Asteca, Maia e Inca; a depopulação, constante e insidiosa, via guerras, tentativas de escravização, submissão ou epidemias, dos povos da região litorânea e amazônica; ciclos de violência alternados, até o século XIX, em campanhas de conquistas territorial no sul do continente. Um processo que se desdobra até os dias de hoje, com a invasão constante dos territórios indígenas por fazendeiros, madeireiros, mineradoras, garimpeiros e todo tipo de exploradores dos recursos naturais do solo e subsolo das terras indígenas. De qualquer maneira, foi vitorioso o poder do colonizador, com superioridade tecnológica e militar, na sua determinação de, mesmo através de uma política de ‘terra arrasada”, tomar posse destas terras e de seus legítimos e ancestrais donos, os povos que aqui viviam há milênios. Assim foi constituída a América Latina: mapas e fronteiras foram projetados e demarcados na terra habitada, através de acordos que cortavam e separavam povos e seus territórios originais, mas contemplavam os interesses das metrópoles em disputa. Assim foi criada a América Colonial, nascida para entrar na globalização incipiente como fornecedora de recursos naturais, de riquezas minerais ou patrimoniais expropriadas pela violência; como fonte e região de uso do trabalho escravo, já então extinto em terras européias.
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