Como o movimento iluminista tornou-se um marco para o estabelecimento da Antropologia como disciplina científica?
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Resposta:
As antropologias do s�culo XVIII t�m em comum o objetivo de realizar o estudo positivo do homem. A pluralidade de dimens�es epistemol�gicas abre caminho � fragmenta��o do saber em fun��o da especializa��o crescente das diversas disciplinas, tendo o homem como objeto comum. O iluminismo elevou a antropologia a fundamento de todos os saberes, deslocando a teologia que at� ent�o realizava esse papel.
A antropologia das "Luzes" � express�o de uma cren�a profunda na inteligibilidade racional do dom�nio humano. Segundo Falcon (1986, p. 59), tendo como premissas gerais o primado da raz�o e o car�ter universal e eterno da natureza humana, os iluministas desenvolvem os temas da humanidade, da civiliza��o e do progresso. Tamb�m, os iluministas ligam sua concep��o de autonomia a esses temas.
A id�ia de humanidade representa para os iluministas a iman�ncia contra a transcend�ncia do homem, representa a afirma��o do valor da realidade terrena em si mesma, a import�ncia das ci�ncias do homem segundo princ�pios da ci�ncia experimental. O homem transcendente � para eles o homem heter�nomo, j� o homem imanente, que possui verdades desse mundo fornecidas pelas ci�ncias experimentais, � o homem aut�nomo.
O iluminismo, em geral, considera o homem apenas em sua exist�ncia f�sica. Segundo Holbach (1725-1789), o homem como tudo mais no universo � um ser inteiramente f�sico (cf. TAYLOR, 1997, p. 420). Para Helv�tius (1715-1771) a dor e o prazer f�sicos s�o os princ�pios ignorados de todas as a��es humanas (cf. idem, p. 423), portanto n�o h� distin��o de esp�cie alguma entre corpo e alma, e o homem � visto como m�nada, ou seja, apenas enquanto exist�ncia f�sica. Tanto a raz�o quanto uma vis�o moral n�o distorcida levariam o homem a lutar pela autopreserva��o e pela satisfa��o, a fim de aumentar a felicidade. Nesse contexto, a sensualidade adquire valor, e a viv�ncia dos desejos que emanam espontaneamente do homem representaria uma esp�cie de autonomia. O homem aut�nomo dos iluministas � um homem sensualista, que busca satisfa��o na realiza��o dos seus desejos e na diminui��o dos sofrimentos. Por isso, conforme Taylor (ibid, p. 415), a �tica do iluminismo � utilitarista, baseando o julgamento das a��es em suas conseq��ncias.
Nas concep��es de homem e de civiliza��o iluminista, a pedagogia possui papel essencial, "S� ela poderia propiciar a elimina��o, no futuro, do abismo que separava os esp�ritos bem-pensantes, moralmente bem-formados e socialmente bem-educados da plebe ignorante, supersticiosa, inclinada aos maus costumes e mal-educada" (FALCON, 1986, p. 62-63). No entanto, a pedagogia � vista pelos iluministas como uma ci�ncia t�o exata quanto a geometria, o que possibilitaria a ela produzir bons cidad�os, homens esclarecidos e aut�nomos.
A no��o de autonomia dos iluministas deriva de sua concep��o antropol�gica e pressup�e a iman�ncia, a historicidade, o materialismo, a atividade do homem, que, por meio do poder quase irrestrito das ci�ncias, suplanta os mitos, as supersti��es, medos, opress�es, imoralidades e assim se constr�i rumo a um progresso certo em todos os campos de sua vida, garantido pela positividade, pela exatid�o das ci�ncias. Ainda, � um homem que encontra a autonomia na viv�ncia dos pr�prios desejos. Caberia � educa��o formar esse homem "esclarecido", "aut�nomo".
Explicação:
O cientificismo do iluminismo foi responsável por colocar a Antropologia como disciplina e como fundamento dos saberes. A teologia foi afastada desse papel, pois o iluminismo defendia o racionalismo, o cientificismo, o empirismo, entre outros. Surgiram dois núcleos da antropologia: Antropologia Física e Antropologia Cultural.
Iluminismo
O Iluminismo surgiu por volta do século XVIII. O movimento valorizava a razão para se alcançar o conhecimento, em detrimento das explicações baseadas na fé. O movimento influenciou as ciências, a religião, política, economia e sociedade, promovendo mudanças nessas áreas.
A ciência passou a ser tomada e dominada pela sociedade acadêmica e as universidades se tornaram os locais legítimos de realização de pesquisas e de desenvolvimento científico. Isso foi essencial para que a ciência fosse reconhecida como profissão.
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