Como o filosófo Platão desenvolveu a política na era antiga.
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Resposta: “O termo ‘política’ foi cunhado a partir da atividade social desenvolvida pelos homens da pólis, a ‘cidade-Estado’ grega [...] O que a política grega acrescenta aos outros Estados é a referência à cidade, ao coletivo da pólis, ao discurso, à cidadania, à soberania, à lei” (MAAR, 1994, p. 30). É na Grécia Antiga que vamos encontrar aqueles que são considerados como os dois primeiros grandes mestres do pensamento político e social: Platão e seu discípulo, Aristóteles. A necessidade da educação política dos cidadãos atenienses tornou-se tema de pensadores políticos como os dois filósofos gregos.
As duas principais obras de Platão onde podemos encontrar suas ideias sobre política são A República e As Leis. A república é uma de suas obras mais conhecidas e onde Platão debate sobre o conceito de justiça, o papel de filósofos, sábios, governantes, guerreiros e artesãos na constituição da sociedade e define a democracia como o estado no qual reina a liberdade. Mas o filósofo ficou desiludido com a forma como a política era direcionada naquela época, sobretudo depois de algumas experiências frustradas no campo da política. “Outrora na minha juventude – escreve Platão quando tinha então 70 anos – experimentei o que tantos jovens experimentam. Tinha o projeto de, no dia em que pudesse dispor de mim próprio, imediatamente intervir na política”. Platão expressou este sentimento em uma de suas cartas endereçadas aos parentes e amigos de Dion de Siracusa, a Carta VII. Através da Carta VII sabe-se que Platão foi por três vezes a Siracusa, numa tentativa, todas malogradas, de implantar seu ideário filosófico-político. O filósofo tinha a convicção da necessidade de se envolver com o debate político, apesar de suas frustrações nesse campo.
(...) deves considerar que nenhum de nós nasceu para si mesmo; a pátria reclama uma boa porção de nossa vida; outra os parentes; outra, ainda, os amigos (...) Quando a pátria manda que nos ocupemos com seus assuntos, não ficaria feio fazermo-nos desentendidos? Desse modo, só facilitaríamos o acesso de gente desqualificada, que não se aproxima dos negócios públicos com boas intenções (CARTA IX – 358 a).
Platão também é conhecido por sua famosa Alegoria da Caverna, onde ele descreve de forma alegórica, sua visão filosófica, dividindo a realidade em dois mundos: a realidade sensível (o dentro da caverna) e o mundo perfeito-ideal (o fora da caverna). A maior parte dos homens, por desconhecerem a realidade fora da caverna, tomam a realidade sensível como sendo a única existente e verdadeira. É preciso, acredita o filósofo, libertar-se das amarras que nos prendem a esta realidade, para conhecer e contemplar a verdade que existe além das aparências e dos sentidos. “Para Platão, o político não se diferencia dos demais homens por nenhuma qualidade – como a força – a não ser por conhecer melhor os fins da pólis, oferecendo uma luz que guie os homens entrevados nas sombras da caverna” (MAAR, 1994, p. 30-31).