Como o Estoicismo pode nos ajudar em tempos de Pandemia?
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Os estoicos certamente tem gabarito para falar de crises, pois eles foram pessoas que viveram na época de imperadores como Calígula e Nero (que inclusive mandaram matar Epíteto), e que sobreviveram a pandemias como a Peste Antonina.
Eles tinham uma maneira muito própria de ver as crises: “a crise como uma maneira de desmascarar quem você realmente é”, essa corajosa frase, entre outras, de origem estoica, expõe uma visão de vida extremamente corajosa
Naquela altura, o império romano já havia adotado o estoicismo como uma de suas práticas de convívio: “Memento Mori (Lembre-se que você deve morrer)” — já era parte das tradições, tal como Xenofonte respondeu ao lhe contarem da morte de seu filho: “Eu sabia que ele era mortal”. Uma das ideias do estoicismo era de que a morte seria uma mera forma de não existência e por isso não carecia de importância terrena (uma pequena noção sobre isso em outro artigo).
O que Marco Aurélio dizia era que, quando um estoico se levanta pela manhã, ele diz a si mesmo “talvez você nunca durma novamente”, e, quando se levanta da cama “talvez você nunca possa acordar novamente”. É o atravessar dos dias como se fosse o último. No contexto da peste que enfrentou, o livro Meditações pode ser visto quase como um diário de quarentena, auto-reflexões de alguém que queria superar as batalhas em guerras e as pestes que o acometiam.