Como o empoderamento feminino negro vem libertando meninas de padrões impostos e melhorando a autoestima
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Vivemos em uma sociedade cuja construção foi instaurada em um sistema escravocrata, no qual pessoas de pele negra sofriam racismo e tinham suas características físicas menosprezadas. Isso acontecia enquanto indivíduos europeus, brancos, especialmente homens, governavam o Brasil. O resultado disso foi que as características europeias foram valorizadas em detrimento das características africanas, instaurando-se um padrão de beleza eurocêntrico que persiste até hoje. Mulheres loiras, ruivas, brancas etc., históricamente, tem ocupado capas de revistas, propagandas e outros espaços por serem consideradas bonitas, ao passo que mulheres negras eram deixadas de lado. Para muitas mulheres negras, ver nos diversos meios de comunicação e nas experiências cotidianas que as características europeias, opostas às africanas, eram as ideais para tornar uma mulher bonita, gerava impactos profundos. Como uma mulher com lábios carnudos, cabelos crespos, nariz alargado, poderia se sentir bonita se o padrão de beleza ditara que a beleza vem da cor branca, com cabelos lisos, louros, ruivos, finos? Isso causou muitas feridas na auto estima das mulheres pretas e o resultado vemos até hoje: elas fazem progressivas no cabelo para que fiquem lisos, pois o crespo é "pichaim"; cirurgias no nariz, pois "nariz de batata é feio" etc. Contudo, isso passou a mudar com o empoderamento feminino negro, que reforça que as características negras não são feias, pelo contrário, são belas. Que oprimidas pelo patriarcado eurocentrista e escravista foram induzidas a pensar que suas imagens deveriam ser radicalmente alteradas para que pudessem, um dia, serem vistas como esbeltas. O feminismo negro, ao espalhar que vidas negras importam e que o mito da cor preta ser feia vir de uma estrutura social racista, faz com que muitas mulheres passam a reconhecer o seu valor, que não devem ser diminuídas e que são, sim, lindas. Logo, assumem seus cabelos crespos, cacheados, cor, feições, sem o receio de estarem se sentindo constantemente feias. O problema não está nelas, o problema está numa sociedade estruturalmente racista.