como o docente pode auxiliar no processo de inclusão no ambito escolar
Soluções para a tarefa
Gerir o pedagógico e o administrativo é um desafio, principalmente porque perpassa garantir o direito de aprendizagem de todos os estudantes. Dentro disto, temos um desafio específico: incluir aqueles com deficiência, não só como parte do processo, mas enquanto cidadão capazes de adquirir habilidades e competências dentro da sua necessidade e potencial.
A inclusão escolar não pode ser entendida apenas como um direito garantido em um capítulo da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) ou de outras que integram a legislação brasileira. Muito pelo contrário: precisa ser compreendida como um direito enquanto cidadão, forma de garantia de sua autonomia e do seu desenvolvimento cognitivo. Nestes anos de experiência como diretora, venho usando alguns direcionamentos que norteiam nossa atuação visando a inclusão desses estudantes com maior êxito. Essas ações foram se consolidando a cada ano a partir de avaliação, reelaboração, revisão e conversa franca entre todos para que melhoremos nossa prática. A cada aluno recebido, em suas especificidades, temos novos aprendizados. E temos que fazer sempre esse exercício de aprender com cada um deles. Compartilho com vocês as nossas ações por aqui:
1) Conhecimento do aluno em sua totalidade. Não olhamos ninguém com pena ou julgando-o como incapacitado para assimilar conhecimentos. Buscamos sempre compreender quais são as dificuldades, que tipo de soluções funcionam melhor dentro de seu contexto, como dar instrumentos para que ele seja capaz e desenvolva autonomia no dia a dia – seja na vida escolar ou na pessoal. Consideramos importante também a participação atuante em eventos, gincanas e diversas outras ações da escola!
2) Formação dos profissionais. A equipe gestora precisa ter um plano de ação junto a todos os envolvidos. Dentro de seu campo específico de atuação, todos devem ter ciência de como podem contribuir para a inclusão. Como a forma de lidar com cada estudante – mesmo quando se trata do mesmo diagnóstico – é diferente, as formações são essenciais para alinhar os conhecimentos com a realidade da instituição, aperfeiçoar práticas e alimentar a formação docente para ter uma postura mais assertiva com a aprendizagem desses estudantes.
3) Integração efetiva entre o professor da sala de recurso multifuncional e os do ensino regular. Esses trabalhos precisam se conversar. As experiências e caminhos encontrados por um desses profissionais pode ampliar as do outro. A equipe gestora é responsável pela mediação dos encaminhamentos e orientações a serem desenvolvidas. Nesse contexto, a observação de sala de aula, auxílio nas adequações de atividades e feedback de ações faz toda a diferença, pois cada um sabe e compreende sua importância no processo e aprende também com os colegas relação de corresponsabilidade.
4) Atendimento na sala de recurso multifuncional. Deve ter seus horários definidos a partir de um cronograma em comum acordo com o aluno e família. Essa definição é necessária para o desenvolvimento de um trabalho melhor e contribuição junto ao professor que atua neste local, que deve ter um plano específico para cada aluno.
5) Uso da tecnologia dentro da escola. Os diversos meios tecnológicos dentro ou fora da sala podem auxiliar os procedimentos e atividades de inclusão. Eles incentivam os alunos a dar o seu melhor – já que muitas vezes a tecnologia desperta interesse – e ajudam consideravelmente na sua evolução. Softwares educativos, por exemplo, contribuem com o cognitivo para construção de frases e cálculos matemáticos.
6) Parceria escola e família. Esse será sempre o ponto chave! A família colabora com informações para construções de processos, além de seu apoio ser fundamental para engajamento das crianças na instituição. Ela também pode ser parte atuante ao incentivar as práticas escolares em casa.
Inclusão será sempre um tema precioso e necessário a ser discutido entre nós. A cada dia nos deparamos com situações novas e precisamos sempre nos reinventar para garantir os direitos individuais e coletivos de nossos alunos. Para isso, estudar e se manter em formação continuada é imprescindível para os gestores também. Só assim teremos embasamento para contribuir, auxiliar, transformar e passar a confiança para equipe que tem na figura do diretor um parceiro mais experiente e direcionador dos desafios escolares.