Como o cristianismo chegou ao reino do congo
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O REINO DO CONGO - A conquista – conversão ao cristianismo
Muana Damba 28 Abril 2014 1 História do Reino do Kongo
Foi em fins de 1482 ou princípios de 1483 que Diogo Cão chegou com a sua armada à enorme foz do Rio Zaire, a que primeiro chamou Rio do Padrão, por ali ter colocado um de pedra, assinalando a chegada dos portugueses. Não tinha intérprete para compreender os naturais, mas conseguiu perceber que lhe diziam ser senhor daqueles povos um rei muito poderoso, que tinha a sua corte a muitos dias de caminho dali, para o interior do país. Por isso, enviou alguns mensageiros a saudarem tal rei, e ficou à espera deles na povoação chamada Mpinda. Passados alguns meses, vendo que eles não regressavam, decidiu regressar a Portugal, mas trouxe consigo quatro pretos, com a intenção de lhes ensinar português e outras matérias da civilização europeia, a fim de servirem de intermediários numa segunda viagem.
Diogo Cão regressou em 1485 ao Congo, trazendo os homens que havia levado e que vinham satisfeitos do tratamento que haviam recebido em Portugal. Desta vez subiu a foz do Rio Zaire até onde lhe foi possível: ficou detido nos rápidos de Yelala, na foz do Rio Mpozo e aí os seus homens gravaram nas pedras de granito a seguinte inscrição, que se mantém até hoje:
Aqy chegaram os na
vios do esclaricydo
Rey dom Joan ho se
gº de Portugall: Dº Caão
Pº Ãns Pº da Costa
Assinam: Álvaro Peres, Pedro Escobar, João de Santiago, Gonçalo Álvares, Diogo Ribeiro, João Alves, Antão.
Uma comitiva dirigiu-se então a Mbanza Congo (capital do Congo), dali distante cerca de 180 Km., comitiva que não sabemos se incluía ou não Diogo Cão. Tiveram uma óptima recepção. O rei destacou um grupo de nobres para acompanharem os portugueses a fim de serem educados em Portugal e instruídos e baptizados na fé cristã. Os portugueses receberam de presente grande quantidade de marfim e de manilhas de cobre, que era o que de mais valioso por ali havia.
As viagens de Diogo Cão causaram muito júbilo e satisfação em Lisboa. Cumpriam a missão de dilatar a Fé e o Império, tal como fora determinado nas bulas do Papa, endereçadas a Portugal. Certamente havia também a ilusão de que o Reino do Congo deveria ser muito rico, teria com certeza escondidas algures minas de ouro ou prata que poderiam vir a ser exploradas e trazer riqueza para o país. O Mani-Congo (designação dada ao rei) manifestara também o desejo de ser instruído na fé católica e receber o baptismo, o que era uma grande vitória.
É difícil saber hoje a real extensão que havia tido o Reino do Congo. Na altura da descoberta de Diogo Cão, era limitado a sul pelo rio Dande e a leste pelas Montanhas do Sol ou Montanhas Queimadas, pelos Rios Quanza e Berbela, com o grande Rio Aquilunda. O rei tinha, porém, a ilha de Luanda e cabia-lhe o monopólio da recolha dos búzios do mar, chamados nzimbos ou cauris, que serviam de moeda no reino. O reino dividia-se em províncias mais ou menos definidas como Mbamba, Soyo, Nsundi, Mpangu, Mbata, Mpemba e Wembu. Não seria muito povoado. O rei, que era na altura Nzinga-a-Nkuvu, dizia ainda ter autoridade sobre os reinos de Ngola, a sul, e Matamba, a leste, o que não está de modo nenhum provado. A norte, o reino era praticamente limitado pelo Rio Zaire (da palavra zaidi, rio), embora reivindicasse autoridade sobre o Loango.
É difícil calcular a população desta área, mas alguns estudiosos estimam-na em cerca de dois milhões, deixando de lado o cálculo por baixo de 532 000, avançado por John Thornton.
O solo do Congo é fértil devido às chuvas abundantes. As estações do ano, por vezes limitadas apenas a duas (cacimbo e chuvas) são na realidade cinco, a saber:
Mapanza – a estação da chuva que se inicia em Setembro e vai até Novembro, quando se planta a primeira colheita;
Nsatu – chuva mais abundante, que garante a germinação das sementes – Novembro a meados de Janeiro;
Ekundi - do fim de Janeiro ao princípio de Março, quando cessa a chuva e se fazem as colheitas;
Kintumbu – meados de Março até ao fim de Abril, com mais chuvas;
Kimbangala – Cacimbo, estação seca, de Maio a Setembro .
O clima era doentio, e mortífero para os brancos que lá residissem. As condições de habitabilidade eram muito rudimentares, a água estava contaminada e proliferavam as mais diversas doenças, com destaque para o paludismo.
As principais riquezas exportáveis eram na altura o marfim e o cobre. As armadilhas para os elefantes eram enormes buracos, disfarçados com ramos de árvores, onde eles caíam e já não conseguiam sair. A exploração do cobre era feita à superfície.
Na monarquia congolesa, o herdeiro do trono não era determinado pela linha directa, mas sim pela colateral. O sucessor seria o filho mais velho da irmã do falecido rei. Mas esta regra era afastada tantas vezes, que se pode considerar que o novo rei era eleito entre os membros do kanda, isto é, do clã real.
Entre os conselheiros do rei, sobressaía o Mani Vunda, com funções específicas de conselheiro político.
Muana Damba 28 Abril 2014 1 História do Reino do Kongo
Foi em fins de 1482 ou princípios de 1483 que Diogo Cão chegou com a sua armada à enorme foz do Rio Zaire, a que primeiro chamou Rio do Padrão, por ali ter colocado um de pedra, assinalando a chegada dos portugueses. Não tinha intérprete para compreender os naturais, mas conseguiu perceber que lhe diziam ser senhor daqueles povos um rei muito poderoso, que tinha a sua corte a muitos dias de caminho dali, para o interior do país. Por isso, enviou alguns mensageiros a saudarem tal rei, e ficou à espera deles na povoação chamada Mpinda. Passados alguns meses, vendo que eles não regressavam, decidiu regressar a Portugal, mas trouxe consigo quatro pretos, com a intenção de lhes ensinar português e outras matérias da civilização europeia, a fim de servirem de intermediários numa segunda viagem.
Diogo Cão regressou em 1485 ao Congo, trazendo os homens que havia levado e que vinham satisfeitos do tratamento que haviam recebido em Portugal. Desta vez subiu a foz do Rio Zaire até onde lhe foi possível: ficou detido nos rápidos de Yelala, na foz do Rio Mpozo e aí os seus homens gravaram nas pedras de granito a seguinte inscrição, que se mantém até hoje:
Aqy chegaram os na
vios do esclaricydo
Rey dom Joan ho se
gº de Portugall: Dº Caão
Pº Ãns Pº da Costa
Assinam: Álvaro Peres, Pedro Escobar, João de Santiago, Gonçalo Álvares, Diogo Ribeiro, João Alves, Antão.
Uma comitiva dirigiu-se então a Mbanza Congo (capital do Congo), dali distante cerca de 180 Km., comitiva que não sabemos se incluía ou não Diogo Cão. Tiveram uma óptima recepção. O rei destacou um grupo de nobres para acompanharem os portugueses a fim de serem educados em Portugal e instruídos e baptizados na fé cristã. Os portugueses receberam de presente grande quantidade de marfim e de manilhas de cobre, que era o que de mais valioso por ali havia.
As viagens de Diogo Cão causaram muito júbilo e satisfação em Lisboa. Cumpriam a missão de dilatar a Fé e o Império, tal como fora determinado nas bulas do Papa, endereçadas a Portugal. Certamente havia também a ilusão de que o Reino do Congo deveria ser muito rico, teria com certeza escondidas algures minas de ouro ou prata que poderiam vir a ser exploradas e trazer riqueza para o país. O Mani-Congo (designação dada ao rei) manifestara também o desejo de ser instruído na fé católica e receber o baptismo, o que era uma grande vitória.
É difícil saber hoje a real extensão que havia tido o Reino do Congo. Na altura da descoberta de Diogo Cão, era limitado a sul pelo rio Dande e a leste pelas Montanhas do Sol ou Montanhas Queimadas, pelos Rios Quanza e Berbela, com o grande Rio Aquilunda. O rei tinha, porém, a ilha de Luanda e cabia-lhe o monopólio da recolha dos búzios do mar, chamados nzimbos ou cauris, que serviam de moeda no reino. O reino dividia-se em províncias mais ou menos definidas como Mbamba, Soyo, Nsundi, Mpangu, Mbata, Mpemba e Wembu. Não seria muito povoado. O rei, que era na altura Nzinga-a-Nkuvu, dizia ainda ter autoridade sobre os reinos de Ngola, a sul, e Matamba, a leste, o que não está de modo nenhum provado. A norte, o reino era praticamente limitado pelo Rio Zaire (da palavra zaidi, rio), embora reivindicasse autoridade sobre o Loango.
É difícil calcular a população desta área, mas alguns estudiosos estimam-na em cerca de dois milhões, deixando de lado o cálculo por baixo de 532 000, avançado por John Thornton.
O solo do Congo é fértil devido às chuvas abundantes. As estações do ano, por vezes limitadas apenas a duas (cacimbo e chuvas) são na realidade cinco, a saber:
Mapanza – a estação da chuva que se inicia em Setembro e vai até Novembro, quando se planta a primeira colheita;
Nsatu – chuva mais abundante, que garante a germinação das sementes – Novembro a meados de Janeiro;
Ekundi - do fim de Janeiro ao princípio de Março, quando cessa a chuva e se fazem as colheitas;
Kintumbu – meados de Março até ao fim de Abril, com mais chuvas;
Kimbangala – Cacimbo, estação seca, de Maio a Setembro .
O clima era doentio, e mortífero para os brancos que lá residissem. As condições de habitabilidade eram muito rudimentares, a água estava contaminada e proliferavam as mais diversas doenças, com destaque para o paludismo.
As principais riquezas exportáveis eram na altura o marfim e o cobre. As armadilhas para os elefantes eram enormes buracos, disfarçados com ramos de árvores, onde eles caíam e já não conseguiam sair. A exploração do cobre era feita à superfície.
Na monarquia congolesa, o herdeiro do trono não era determinado pela linha directa, mas sim pela colateral. O sucessor seria o filho mais velho da irmã do falecido rei. Mas esta regra era afastada tantas vezes, que se pode considerar que o novo rei era eleito entre os membros do kanda, isto é, do clã real.
Entre os conselheiros do rei, sobressaía o Mani Vunda, com funções específicas de conselheiro político.
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