como o budismo era visto no imperio chinês
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Na China, o budismo é uma das três maiores escolas de filosofia, junto com o confucionismo e o taoismo. Ele tem influenciado e sido influenciado pela cultura, política, literatura e filosofia chinesas ao longo de dois milênios.
Resposta:
A tradição se iniciou durante o reinado do Imperador Ming da dinastia Han do leste (25-220 d.C.), que encomendou a Cai Yin e mais de 17 dirigentes e intelectuais que fossem a diversos países a oeste da China em busca de informações sobre o Budismo. Encontraram-se com Kasyapamatanga e Dharmaranya, duas grandes expressões do budismo na Índia, à época, convidando-os para uma visita à capital Luoyang, da época. Os dois líderes espirituais trouxeram em lombo de cavalos brancos imagens e sutras budistas. O Imperador Ming ordenou a construção de uma residência para eles em Luoyang, transformando-se no primeiro templo budista da China; o monastério Baima (Cavalo Branco em chinês).
A propagação do budismo foi inicialmente tímida e discreta; mas no terceiro século já estava bastante difundido. No século IV foi permitido aos chineses tornarem-se monges budistas, e no início do século seguinte, um célebre peregrino budista, Fa-Hien, introduziu na China uma grande quantidade de documentos búdicos que buscou diretamente na fonte, na Índia. O primeiro Budismo que chegou à China foi o Mahayana.
A princípio, os primeiros 42 sutras do budismo hindu foram traduzidos. Depois, o budismo foi amplamente divulgado na China durante os reinados Han do leste, dos Imperadores Huan Di e Ling Di (147 – 189 d.C.). Quando Sakyamuni fundou o budismo na antiga Índia, diferentes formas de pregação se adaptaram aos diferentes públicos. Depois da morte de Sakyamuni, seus seguidores estabeleceram várias seitas conforme seus próprios entendimentos. Entre estas seitas, as de Mahayana e Theravada são as maiores.
Durante os anos entre as dinastias Han do Leste e Song, 130 estudiosos chineses e estrangeiros traduziram escrituras budistas para o chinês. De todos os tradutores na história do budismo chinês, o monge Xuan Zang da dinastia Tang foi considerado o melhor. Viajou quase 25 mil quilômetros em 17 anos, trazendo da Índia 520 escrituras budistas em sânscrito e dedicou 20 anos para sua tradução ao chinês de 1335 textos em 75 capítulos das escrituras do budismo Mahayana.
O Budismo chinês, denominado foísmo ou Fo-Buda, foi adquirindo um caráter próprio e pessoal. Uma das razões para isso ter acontecido foi a dificuldade encontrada pelos tradutores dos textos indianos. O idioma chinês não se presta muito à expressões abstratas de idéias e teorias. A solução encontrada foi o recurso às expressões usadas no Taoismo e no Confucionismo conforme as semelhanças se apresentavam.
O Budismo chinês tornou-se então uma doutrina bem diferente do Budismo autêntico. Em lugar de nirvana, pregou a calma, a tranqüilidade do espírito; em lugar da abolição do desejo, o não agir Taoísta ou entre os Confucionistas, o respeito às regras e às formas tradicionais. A China dá ao Budismo uma atitude menos especulativa, menos interessada pelos problemas metafísicos e mais resolutamente orientada para os problemas da vida cotidiana. O Budismo, por seu lado, inculta à China uma atitude mais profundamente religiosa. A piedade filiar, que era sobretudo uma virtude de família, transforma-se em um culto. Os antepassados passaram a ser olhados como habitantes de um mundo sobrenatural. E o sentimento búdico da piedade para com todos os seres que sofrem, da bondade universal, foi para a China uma espécie de revelação. A Índia levou à China o sentido da caridade e da beneficência.