Biologia, perguntado por batata6519, 1 ano atrás

como foi que muitos empresários e grupos econômicos adquiriram terras na Amazônia?

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Respondido por milasimone123
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ATÉ MEADOS DOS ANOS de 1960, as terras amazônicas pertenciam basicamente

à União e aos estados. Do total das terras registradas pelo IBGE1

,

87% constituíam-se de matas e terras incultas, que eram exploradas por

milhares de caboclos e ribeirinhos que viviam do extrativismo vegetal e animal;

11% constituíam-se de pastos naturais onde antigos fazendeiros haviam assentado

fazendas de gado, sendo muitas delas seculares, como as do Marajó, de Roraima

e do Baixo Amazonas, cujos títulos de terra eram igualmente antigos. Essas poucas

fazendas eram como que “ilhas” de criação de gado nos campos naturais

(abundantes na região) e não em pastos formados em cima de mata derrubada

ou queimada como hoje. A mata e os rios estavam preservados e eram aproveitados

pelos habitantes como fonte de alimento, trabalho e vida.

Somente 1,8% das terras estavam ocupadas com lavouras e só metade delas

possuía título de propriedade privada2

. A quase totalidade das terras da Amazô-

nia era, portanto, constituída por terras públicas e “livres” de titulação como

propriedade privada. Eram ocupadas por milhares de pequenos posseiros, que

nelas haviam constituído seu trabalho efetivo (como extrativistas na coleta de

frutos, raízes, óleos, resinas e sementes das matas, em geral exportados para os

mais diversos fins – industriais, medicinais ou alimentares; ao lado disso cultivavam

roçados minúsculos, plantavam pomares e hortas nos quintais e praticavam

a pesca em rios e lagos). Os naturais da região habitavam essas terras secularmente,

sem disputa ou conflito, assim como muitos migrantes de longa data. Viviam

uma vida frugal, modesta, pacífica e cuja monotonia era quebrada pelas raras festividades

de santos. Os moradores da região consideravam a terra como parte

indissociável de suas existências, tendo habilitado nelas por gerações seguidas,

sem se terem jamais questionado sobre a existência de donos mais legítimos que

eles próprios.

Transformações e conflitos fomentados pelo próprio Estado na Amazônia

Durante os anos de 1960 e 1970, os principais obstáculos ao desenvolvimento

dos países periféricos e de regiões atrasadas economicamente como a

Amazônia eram atribuídos a dois problemas básicos: à insuficiência de capitais

produtivos e de infra-estruturas capazes de pôr em marcha novos investimentos3

. Na época, essas e outras teorias com enfoques semelhantes entendiam que

seria possível atrair capitais produtivos, organizados sob a forma de conglomera

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