Como foi o processo de reforma agrária na Iugoslávia
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Resposta:
A expressão "reforma agrária" foi cunhada no presente século, vulgarizando-se mais rapidamente a partir da década de 1940. As "leis agrárias" - como eram denominados os diplomas legais que interferiam no curso evolutivo da estrutura agrária, regulando-a, ou alterando-a - datam de tempos remotos, aparecendo na história desde a Antigüidade Clássica. As mais conhecidas são as sete leis agrárias surgidas em Roma do século V ao I a.C.: as leis Cássia (486 a.C.), Licínia (376 a.C.), Flamínia (232 a.C.), Semprênia (133 a.C.), Servília (63 a.C.), Flávia (60 a.C.) e Júlia (59 a.C.). Essas leis visavam a uma melhor distribuição das terras públicas, concedendo facilidade aos agricultores pobres para sua aquisição e tentando impedir seu domínio por um pequeno número de açambarcadores. As concentrações excessivas das terras eram, já a esse tempo, consideradas prejudiciais ao equilibro da sociedade. As leis propostas por Tibério Semprênio Graco no ano de 133 a.C. foram, no entanto, as primeiras a exercer certa influência na contenção da excessiva concentração das terras, pois proibiam a posse de mais de quinhentas jugera (ou 125 hectares) das terras públicas e ordenavam a devolução ao Estado das áreas excedentes. Tibério Semprênio Graco foi, porém vítima de conspiração, sendo assassinada Pelos mesmos motivos, seu irmão Caio foi levado ao suicídio. E Caio Júlio César, que promulgou uma nova lei agrária destinada a melhorar as condições dos pequenos e médios possuidores de terras, foi assassinado no ano de 44 a.C. Todas essas tentativas infrutíferas para a solução do movimento expansionista, que continuava produzindo imensos domínios, levaram Plínio o Velho a proferir a célebre frase Latifundia perdidere Italiam ("Os latifúndios perderam a Itália"), a qual, por reproduzir uma verdade histórica, tornou-se universalmente conhecida chegando até os nossos dias.
A concentração excessiva da propriedade agrária e a formação de grandes fortunas nas mãos de pequeno número de senhores provocaram a decadência do Império Romano. A partir de então, as villas foram convertidas em feudos, e os antigos escravos em arrendatários e em colonos. As cidades entraram em colapso e as unidades agrárias se tornaram auto-suficientes, produtoras dos bens necessários à alimentação, ao vestuário e às demais necessidades elementares. A pequena produção artesanal e as manufaturas domésticas passaram a constituir um complemento da diminuta renda retirada do cultivo da terra e reduzida a quase nada pelos tributos exigidos pelos senhores.
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