Como foi feita a a pintura de simonetta vespucci
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Resposta:
Simonetta, bella Simonetta…
Mas a mulher da pintura seria mesmo a bela Simonetta?
Simonetta era uma mocinha bem-nascida de Genova, cidade mercante no norte da Itália, que se casou ainda adolescente com outro bem-nascido, da aristocracia florentina. Quando ela se mudou para cidade de seu marido, Florença, a atividade artística fervilhava em um dos maiores centros Renascentista da península e sua beleza atraiu a atenção da sociedade e dos artistas, dos quais se tornou musa. Botticelli, que era totalmente louco por ela, colocou um pouco – ou muito – de seu rosto em várias de suas pinturas e até mesmo foi enterrado próximo a essa Vênus humana que morreu aos 23 anos, em 1476.
Algumas hipóteses falam em um retrato póstumo – já que Piero di Cosimo tinha somente 15 anos de idade quando ela morreu – talvez encomendado por seu amante Giuliano de’ Medici, irmão do poderosíssimo e poético Lorenzo il Magnifico.
A dúvida paira sobre a identidade da retratada, pois, o mais forte indício que indica o nome de Simonetta Vespucci é uma inscrição com seu nome. Porém, análises sugerem que a obra seja um pouco mais antiga do que a inscrição. Seus descendentes poderiam ter adicionado o nome posteriormente, inspirados pela celebridade de sua antepassada. Falando em família, vale dizer, a título de curiosidade, que o marido de Simonetta era parente de Amerigo Vespucci, o navegador que nomeia nosso continente.
Outra questão é se a mulher de beleza idealizada foi pintada como Prosérpina/Perséfone ou Cleópatra.
Perséfone é uma figura da mitologia greco-romana – daí os seus dois nomes – filha de Ceres/Deméter, a deusa da agricultura. Ela é raptada pelo seu tio Plutão/Hades, o deus dos Infernos, e é obrigada a ser sua companheira no submundo. Porém, ela poderia passar metade ano ma superfície, sendo assim essa história uma metáfora das estações, Proserpina como a primavera que volta após o inverno. No retrato, é possível fazer a ligação graças a cobra do colar, que lembra o Ouroboros, símbolo do eterno recomeço e renascimento após a morte no qual uma serpente parece engolir a própria cauda, e às árvores ao fundo. À direita, as plantas estão verdejantes, enquanto que do outro lado, esquerda, uma árvore aparece sem folhas, “morta”, junto a uma nuvem escura que acompanha o perfil da mulher, Ou seja, uma dualidade vida-morte, inverno-primavera, tal qual Perséfone indo e voltando dos infernos. Um retrato cheio de influências neoplatônicas, talvez influência do possível comanditário, Giuliano, dado que o neoplatonismo estava bastante em voga em Florença na época, sobretudo na corte dos Médici.