História, perguntado por Sofrida69, 1 ano atrás

como foi a primeira tentativa de organizar vestígios arqueológicos?

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Respondido por Yoongina14
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Aproximadamente entre os anos 500 e 1.000 depois de Cristo, a região do lago Amanã era amplamente ocupada por populações indígenas.  Essas populações eram sedentárias, organizavam-se em aldeias possivelmente circulares, dedicavam grande tratamento ritual aos mortos, os sepultando em urnas cerâmicas e eram, provavelmente, falantes de línguas do tronco Arawak.  Essas são algumas das conclusões da análise de vestígios dos sítios arqueológicos localizados na Reserva Amanã, no Amazonas, durante pesquisa realizada em parceria com o Instituto Mamirauá.

De acordo com os arqueólogos, a história cultural do lago Amanã está diretamente relacionada à dinâmica de ocupação da calha principal do rio Amazonas e corrobora as teorias de ocupação humana na Amazônia, antes da chegada dos colonizadores. A pesquisadora associada do Instituto Mamirauá, Jaqueline Gomes, destaca que as pesquisas arqueológicas vêm contribuindo para evidenciar como as populações indígenas do passado modificaram o ambiente em que viviam de forma sustentável.

“Pareciam fazer isso de forma a não agredir ou destruir a natureza. A Reserva Amanã possui cenários paisagísticos lindos e uma grande biodiversidade. Contudo, é interessante pensar que essa paisagem, que pode ser aclamada como uma natureza intocada, é na verdade resultado de uma longa história de ocupação humana, iniciada há pelo menos 3 mil anos atrás, e que possui marcas culturais específicas”, disse.

Por meio de escavações, datações e tratamento do material cerâmico, foi possível refinar as informações sobre o período de ocupação dessa tradição cultural, chamada pelos pesquisadores de Fase Caiambé. O trabalho é uma continuidade de pesquisas arqueológicas que tiveram início na região em 2001.

Os pesquisadores já tinham uma ideia da cronologia da ocupação da área e da presença de ao menos quatro diferentes tradições culturais, ou fases. Jaqueline explica que a proposta da pesquisa foi compreender as relações entre esses diferentes períodos de ocupação e aprofundar o conhecimento sobre a fase Caiambé, que foi encontrada em todos os sítios nas margens do lago Amanã. “Para nossa surpresa, quando datamos amostras, de cerâmicas e carvões, dos contextos de diferentes sítios arqueológicos, obtivemos datas contemporâneas, confirmando nossas expectativas de que, no período de ocupação relacionado à fase Caiambé, o lago tenha sido bastante ocupado”, disse.

No estudo, foi verificada a formação de espaços públicos e rituais, como os cemitérios, e a forma das aldeias desse período que tendem a ser circulares, formadas por amplas áreas de terra-preta-de-índio. Essas características de ocupação da área podem serrelacionadas a povos falantes da língua Arawak.

“Os castanhais, os sítios com terra preta, os campos de urnas podem ser associados de alguma maneira a história de ocupação de povos ligados a este grande tronco linguístico. Ainda que não seja possível falar em grupos étnicos específicos, a intenção foi contribuir para a construção de uma história cultural do lago, que está relacionada a toda uma dinâmica de ocupação da calha principal do rio Amazonas”, comentou J

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