como foi a evolução do Brasil e da Europa no século XV XVI XVII XVIII XIX?
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Resposta:
A expansão mercantilista de Portugal iniciada no século XV foi pautada na conquista e expropriação material e cultural, alcançando status de nação expansionista ao quebrar o monopólio italiano e abrir novos caminhos pela costa da África. O Brasil, diferente de países como Peru e México, não possuía uma sociedade hierarquizada e tão bem organizada, nem mesmo contava com grandes jazidas de ouro e prata. Mas a rivalidade entre os centros expansivos europeus fez com que os portugueses tratassem de explorar e ocupar ao máximo o território brasileiro. Tal determinação de origem perpetuou-se em sociedades que tinham na conquista do solo um dos seus vetores de estruturação, em certo sentido até os dias atuais.
O cultivo da cana-de-açúcar (que obteve seu auge entre o final do século XVI e meados do século XVII), baseado no sistema colônia-metrópole, estruturou o comércio e o desenvolvimento das cidades nordestinas, principalmente na faixa litorânea. Portugal ampliou seu comércio açucareiro com os recursos investidos principalmente em Pernambuco, com base no trabalho indígena e capital estrangeiro (holandês). Para produzir de acordo com as necessidades da colônia, foram trazidos os negros africanos. Esse sistema consolidou a estrutura fundiária encontrada na região até os dias atuais, marcada por uma concentração de terras e influência de oligarquias e famílias tradicionais nas decisões políticas e econômicas.
A economia açucareira norteou outras atividades, como a criação de gado (carne, transporte, energia para os engenhos, sebo, lenha para as caldeiras), sendo que esta atividade acabou por se expandir para áreas do sertão, constituindo a base de sua economia. Ao final do século XVII, o açúcar produzido nas Antilhas aumentou a oferta do produto no mercado internacional, abaixando vertiginosamente seu preço. Com o declínio da produção açucareira, a pecuária absorveu grande parte da população.
Na Bahia e no Sudeste do Brasil, a penetração portuguesa foi mais expressiva já nos fins do século XVI. No Sudeste, os bandeirantes avançaram na procura de metais preciosos e índios para escravizar. Na Bahia, esse movimento foi realizado através da pecuária, que se expandiu no sentido interior e também se preocupava com a manutenção das terras colonizadas frente aos indígenas, que representavam para os portugueses uma ameaça à integridade das vilas e fazendas do litoral.
No século XVIII, a penetração alcançou expressão significativa, principalmente na área correspondente à Bacia do São Francisco e Sertão setentrional nordestino, através do estabelecimento de grandes propriedades onde se estabeleciam e criavam bovinos, caprinos, ovinos, suínos e equinos. As bandeiras paulistas provocaram o descobrimento de jazidas de metais preciosos, com destaque para o ouro e o diamante. Tais descobertas contribuíram para um grande deslocamento populacional para essas áreas, formando aglomerados descontínuos em torno dos garimpos, principalmente o núcleo das Gerais, localizado entre o oeste de Goiás, sul do Mato Grosso e sul de Minas Gerais. A cana-de-açúcar também foi introduzida na região e ganhou relevância no litoral e em algumas áreas interioranas.
Após a Revolução Industrial (século XVIII), ocorreu um rearranjo estrutural, em que a divisão do trabalho mundial se dividiu entre produtores de matéria-prima e os detentores de tecnologia, com o fim do trabalho escravo, substituído pelo trabalho assalariado. O Brasil manteve as relações de escravatura até o final do século XIX, mantendo-se na condição de fornecedor de matérias-primas até o final da 2ª Guerra Mundial.
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