como fica a palavra "colorir" na terceira pessoa do plural do pretérito mais que perfeito
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Resposta:
Eu acredito que, neste caso de colorir (terceira conjugação), a defectividade dá-se por força da eufonia. Soa meio bizarro você pronunciar "eu colôro", pois resulta em assonância e em cacofonia, "eu com louro".
Explicação:
São os chamados verbos defectivos, ou seja, verbos que apresentam “defeitos” naturais em sua conjugação. Existem três tipos:
1 – os impessoais: aqueles que representam fenômenos da natureza, como trovejar, chover, etc., que só são conjugados na terceira pessoa do singular:
Exemplo: Choveu muito ontem à noite.
2 – os unipessoais: são os verbos que reproduzem as vozes dos animais, como cacarejar, por isso só são conjugados na terceira pessoa do singular e na terceira pessoa do plural.
Exemplo: As galinhas cacarejaram ao virem aproximar-se a raposa.
A sua resposta é o item 3 desta sequência e consta da Gramática Normativa da Língua Portuguesa, do Rocha Lima:
3 – “O daqueles que carecem de algumas formas, por motivos variados e difíceis de fixar, entre os quais sobressaem a EUFONIA e a possibilidade de CONFUSÃO com formas de outro verbo. De abolir, por exemplo, não se usam a primeira pessoa do singular do presente do indicativo e, consequentemente, todas as pessoas do presente do subjuntivo — e isto, decerto, por não serem elas agradáveis ao ouvido; à homonímia com falar atribui-se a falta das formas rizotônicas de falir. Entretanto, a defectividade verbal, na maioria das vezes, não assenta em razões outras senão que o simples desuso de alguns tempos, modos, ou pessoas."
Exemplo: abolir, falir, pesar, reaver, precaver-se, abolir, explodir, extorquir, colorir, competir, demolir, discernir, etc.
Inclusive o gramático lembra que: “Paralelamente a colorir, da 3a conjugação, há o verbo colorar, de conjugação integral. Daí ser correto dizer "eu coloro" (de colorar), porém com a vogal tônica aberta (ó), como a de adorar.”
E essa defectividade tem uma certa lógica gramatical. Veja. Há dois verbos “pesar”.
1 – verbo pesar no sentido de causar mágoa, só é usado na terceira pessoa do singular, sendo, portanto, defectivo.
Exemplo: Em que pese aos bolsomínios, o vigarismo do "Mito" será desmascarado.
2 – verbo pesar no sentido de medir, é conjugado normalmente.
Exemplo: Eu sempre peso a mercadoria quando chega.
Ou seja, essa defectividade serve para um propósito de distinção semântica.