Português, perguntado por Emanuelborges5549, 2 meses atrás

Como fazer uma crônica narrativa

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Respondido por louisex52
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Resposta:

Explicação:

Como fazer uma crônica narrativa?

Para produzir uma crônica narrativa precisamos considerar os principais elementos que compõem uma narração. São eles:

Enredo: história da trama, onde surge o tema ou o assunto que será narrado.

Personagens: pessoas presentes na história e que podem ser principais ou secundários.

Tempo: indica o tempo no qual a história está inserida.

Espaço: determina o local (ou locais) onde se desenvolve a história.

Foco narrativo: é o tipo de narrador que pode ser um personagem da trama, um observador ou ainda onisciente.

Além disso, devemos observar que os fatos são narrados em ordem cronológica e sua estrutura está dividida em: introdução, clímax e conclusão.

É importante destacar que diferente de outros textos narrativos longos, como uma novela ou um romance, a crônica narrativa é um texto mais curto.

Nesse sentido, por ser uma história breve, ela geralmente possui poucos personagens e um espaço reduzido.

Assim, depois de compreender todos os elementos que compõem uma narrativa, escolhemos o tema, quais serão seus personagens, o tempo e o espaço que ela ocorre.

1. Aprenda a chamar a polícia (Luís Fernando Veríssimo)

Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa.

Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro.

Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranqüilamente.

Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.

Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.

Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.

Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma:

— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro de escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!

Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.

Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.

No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:

— Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.

Eu respondi:

— Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.

2. Dois velhinhos (Dalton Trevisan)

Dois pobres inválidos, bem velhinhos, esquecidos numa cela de asilo.

Ao lado da janela, retorcendo os aleijões e esticando a cabeça, apenas um podia olhar lá fora.

Junto à porta, no fundo da cama, o outro espiava a parede úmida, o crucifixo negro, as moscas no fio de luz. Com inveja, perguntava o que acontecia. Deslumbrado, anunciava o primeiro:

— Um cachorro ergue a perninha no poste.

Mais tarde:

— Uma menina de vestido branco pulando corda.

Ou ainda:

— Agora é um enterro de luxo.

Sem nada ver, o amigo remordia-se no seu canto. O mais velho acabou morrendo, para alegria do segundo, instalado afinal debaixo da janela.

Não dormiu, antegozando a manhã. Bem desconfiava que o outro não revelava tudo.

Cochilou um instante — era dia. Sentou-se na cama, com dores espichou o pescoço: entre os muros em ruína, ali no beco, um monte de lixo.

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