como fazer uma crônica corriqueira de um mendigo
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Todo dia, seguia a mesma
rotina : acordava, e começava a andar pelas esquinas pedindo esmolas;
fazia isso até o sol esquentar seus ossos, ou até a falta dele fazê-lo
tremer de frio. Escolhia um lugar para ficar, e de lá não saia. Pedia
esmolas para beber, porém, poucas vezes conseguia dinheiro para comprar
bebida, vivia de pães mofados que beatas davam-lhe por pura piedade.
Tal rotina nunca fora mudada, e nem se recordava do tempo em que essa vida era vista como algo repulsivo, algo do qual até em sonhos o enojava e o fazia acordar berrando em noites frias. Mas em um dia em que essa rotina se repetia, resolveu levantar-se e andar, simplesmente andar. As tristes ruas pálidas e lôbregas, faziam-no sentir saudade de sua infância - apesar de não lembrar dela- onde tudo era simples : se tivesse medo, agarrava-se ao seu pai, se ficasse machucado, sua mãe ia até ele e assoprava seu machucado e dizia : " Já vai sarar meu filho". Mas ele não se lembrava dessas coisas, somente viu mães fazerem isso com seus filhos, pois ele, nunca havia sido criança, nascera do chão, filho de ninguém, filho da tristeza, e da solidão, filho de toda a avareza do mundo.
Já havia andado mais de uma hora quando resolveu sentar-se. Começou a imginar como poderia ter sido sua infância, adormeceu ali mesmo, não estava cansado, mas mesmo assim dormiu como há tempos não dormia. Não sonhou, teve um sono leve e relaxado, mas não chegou nem perto de sonhar.
Acordou de súbito, como se estivesse caindo, levantou-se e viu-se no mesmo lugar, desatou a chorar, não por ser mendigo, não por ser miserável, mas por não ter asas. Queria sair dali e poder viver sua desgraça longe de todos, não fazia questão de deixar de ser pobre e não ter onde morar, só não queria mais que o vissem daquele jeito, e então resolveu sair da cidade e nunca mais voltar.
Levantou correndo, não sabia para onde ir, olhou para um lado, e resolveu ir para aquele, começou a correr desenfreado, esquecera-se de tudo, e não ligava para mais nada, as lágrimas escorriam seu rosto sujo, que agora tinha um sorriso formado, e seus dentes podres apareciam, fazendo sua débil face parecer mais amena e menos triste. Correu rápido demais, suas pernas não o acompanhavam, e em sua indizível virilidade instantânea, não viu um semáforo fechar, atingido fora por um carro, morrera lá, na mesma hora, chorando e com um sorriso torto em seus lábios.
Tal rotina nunca fora mudada, e nem se recordava do tempo em que essa vida era vista como algo repulsivo, algo do qual até em sonhos o enojava e o fazia acordar berrando em noites frias. Mas em um dia em que essa rotina se repetia, resolveu levantar-se e andar, simplesmente andar. As tristes ruas pálidas e lôbregas, faziam-no sentir saudade de sua infância - apesar de não lembrar dela- onde tudo era simples : se tivesse medo, agarrava-se ao seu pai, se ficasse machucado, sua mãe ia até ele e assoprava seu machucado e dizia : " Já vai sarar meu filho". Mas ele não se lembrava dessas coisas, somente viu mães fazerem isso com seus filhos, pois ele, nunca havia sido criança, nascera do chão, filho de ninguém, filho da tristeza, e da solidão, filho de toda a avareza do mundo.
Já havia andado mais de uma hora quando resolveu sentar-se. Começou a imginar como poderia ter sido sua infância, adormeceu ali mesmo, não estava cansado, mas mesmo assim dormiu como há tempos não dormia. Não sonhou, teve um sono leve e relaxado, mas não chegou nem perto de sonhar.
Acordou de súbito, como se estivesse caindo, levantou-se e viu-se no mesmo lugar, desatou a chorar, não por ser mendigo, não por ser miserável, mas por não ter asas. Queria sair dali e poder viver sua desgraça longe de todos, não fazia questão de deixar de ser pobre e não ter onde morar, só não queria mais que o vissem daquele jeito, e então resolveu sair da cidade e nunca mais voltar.
Levantou correndo, não sabia para onde ir, olhou para um lado, e resolveu ir para aquele, começou a correr desenfreado, esquecera-se de tudo, e não ligava para mais nada, as lágrimas escorriam seu rosto sujo, que agora tinha um sorriso formado, e seus dentes podres apareciam, fazendo sua débil face parecer mais amena e menos triste. Correu rápido demais, suas pernas não o acompanhavam, e em sua indizível virilidade instantânea, não viu um semáforo fechar, atingido fora por um carro, morrera lá, na mesma hora, chorando e com um sorriso torto em seus lábios.
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