Como estudar línguas mortas?
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Resposta:
Explicação:Ouvi uma piada certa vez que dizia algo mais ou menos assim:
Em aulas de línguas modernas, as primeiras frases que aprendemos são “olá”, “bom dia”, “meu nome é (…)”; enquanto nas primeiras aulas de línguas clássicas, aprendemos frases como “o escravo trabalha no campo”¹ ou “o homem honra os deuses”².
Isso mostra como se dá o ensino dessas línguas nas universidades e escolas clássicas pelo mundo. Como na maior parte do mundo há uma maior tradição de ensino de latim, do que outras línguas mortas³ há uma maior variedade de métodos que vão desde os focados inteiramente na leitura aos conversacionais (já que o latim ainda é usado em registros jurídicos e clericais).
No Brasil, os métodos mais comuns são os baseados em apostilas, em que um ou mais textos são apresentados (normalmente versões simplificadas de mitos ou textos já conhecidos), seguidos de exercícios de interpretação textual, versão e tradução.
A apostila de latim mais popular no mundo inteiro é a Lingua Latina Per Se Illustrata (LLPSI), de Hans Orberg, usado nas escolas mais renomadas da Itália. Para grego, não há consenso, mas a tendência é usar o Reading Greek, traduzido no Brasil como Aprendendo Grego. Além deste último, usei no meu curso o Athenaze (edição italiana) e o Helleniká - Introdução ao Grego Antigo, da editora UFMG.
Notas:
em latim: Servus in agro laborat; em grego: Ὁ δούλος ἐν τοῖς αγροῖς πονεὶ.
em latim: Vir deos laudat; em grego: Ὁ ἀνήρ τούς θεούς τιμαει.
Estou classificando latim como língua morta, por não estar mais suscetível a processos de evolução linguística, embora ainda seja usado.