Como está atualmente o desenvolvimento do Haiti?
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Os problemas de ordem econômica, social e política que assolam o Haiti fazem deste país foco de atenção dos Estados Unidos da América (EUA) e do Brasil. Suas políticas comerciais apresentam, cada vez mais, uma interface com medidas relacionadas a programas de desenvolvimento do Haiti. Este artigo analisa a proposta de integração entre o programa preferencial dos EUA ao Haiti e a política comercial em fase de estruturação pelo governo brasileiro.
O Haiti é o país mais pobre e com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (0.532) das Américas. Cerca de 70% da população vive com menos de US$ 2,00 por dia e o desemprego é crônico, atingindo entre 75% e 80% da força de trabalho. Entre os países catalogados pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Haiti apresenta, ainda, o quarto maior índice de Gini (59.5), indicador de concentração de renda. No país, os 10% mais ricos possuem 54 vezes mais riqueza do que os 10% mais pobres.
Os problemas da pobreza e do desemprego são agravados pela alta incidência de desastres naturais. O Haiti está localizado na rota dos furacões que assolam o Caribe e seu território é sismicamente ativo. Por essa razão, o país possui histórico significativo de destruição da infraestrutura econômica e social por enchentes e terremotos. O país chegou a ter perdas econômicas de até 62% do Produto Interno Bruto (PIB) em um único desastre.
Por fim, o Haiti padece de incessante instabilidade política. Desde a Revolução Haitiana (1791-1804), que pôs fim ao colonialismo francês, o país viveu quase ininterrupta sucessão de regimes autocráticos, cujos chefes de governo foram, em geral, depostos. Até os anos 1990, essa situação coexistiu com intervenções e ocupações militares estrangeiras, sobretudo dos EUA.