Como era ser escravizado pela Igreja Católica no século XIX?
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Resposta:
A Ordem de São Bento foi a primeira ordem regular do Mundo Católico, sendo fundada por Bento de Núrsia, no século V, na atual Itália. Seu estilo de vida, guiado por uma Regra, cujo lema era “Ora et Labora” (Orar e trabalhar), serviu de modelo para muitas ordens católicas posteriores. No século XVI, os beneditinos aportaram no Brasil na esteira da ocupação portuguesa, e rapidamente se assentaram em inúmeras regiões do país. No Rio de Janeiro, os monges possuíam uma opulenta abadia na cidade e diversas fazendas em lugares como a Ilha do Governador, Camorim, Vargem Grande, Vargem Pequena, Maricá, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes e Iguassú. Esta última foi onde Fortunata (sobre)viveu em cativeiro, e que atualmente corresponderia a parte do município de Duque de Caxias e Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
Explicação:
Toda a vida monástica construída do lado de cá do Atlântico dependia, em larga medida, dos lucros auferidos com a exploração do trabalho escravo de africanos e seus descendentes nessas propriedades rurais. Nelas, que muitas vezes eram um verdadeiro complexo produtivo, os escravizados desempenhavam as mais variadas funções, desde a produção de gêneros de subsistência (como feijão, arroz e mandioca), gêneros agrícolas de grande valor de mercado (como a cana de açúcar), pecuária, até as atividades mais especializadas como a ferraria, a carpintaria e a olaria. A Fazenda de Iguassú, adquirida por doação ainda no século XVI, era especializada na produção de cerâmicas, principalmente, telhas e tijolos. Foi em uma dessas olarias que Fortunata trabalhou. Quem sabe nossa personagem tenha aprendido as técnicas ceramistas com seus pais africanos, uma vez que era descrita como “crioula” (nascida no Brasil). Na África Centro-Ocidental, por exemplo, de onde muitos dos africanos que chegaram ao Rio de Janeiro provinham, a atividade ceramista era uma tecnologia feminina.