como era o tráfico de africanos escravizados para o Brasil?
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Resposta:
O tráfico negreiro no Brasil está diretamente relacionado com o desenvolvimento da produção açucareira aqui durante o período da colonização. O tráfico de africanos para o Brasil associa-se, em partes, com o escasseamento da população de escravos indígenas no Brasil, sobretudo a partir da década de 1550.
Outra questão importante são os conflitos que existiam entre colonos e jesuítas por conta da escravização dos indígenas. Os colonos instalados na América portuguesa desejavam escravizar livremente os indígenas, enquanto os jesuítas lutavam contra isso instalando os indígenas em suas missões e catequizando-os.
Explicação:
;-;
Resposta: O tráfico negreiro foi uma atividade realizada entre os séculos XV ao XIX. Os prisioneiros africanos eram comprados nas regiões litorâneas da África para serem escravizados no continente europeu e no continente americano. Essa migração forçada resultou na chegada de milhões de cativos africanos ao Brasil. O tráfico passou a ser proibido em terras brasileiras somente em 1850, por meio da Lei Eusébio de Queirós.
Explicação: se quiser:
O tráfico negreiro envolvendo os europeus iniciou-se no século XV, quando os portugueses instalaram feitorias pelo litoral do continente africano. Nessas feitorias, os portugueses mantinham contato com os reinos africanos, estabelecendo relações diplomáticas que os possibilitavam manter comércio, ao qual se incluía a venda de seres humanos. Com o tempo, outras nações europeias começaram a envolver-se com essa atividade e não apenas os portugueses.
O tráfico de africanos realizado pelos portugueses, a princípio, atendia suas necessidades internas e de suas ilhas atlânticas. No século XV, os africanos escravizados por Portugal eram utilizados em serviços urbanos, sobretudo em Lisboa, e eram utilizados na produção de açúcar nas ilhas atlânticas de Portugal (como Açores e Madeira).
Com o desenvolvimento da produção açucareira no Brasil, a demanda de Portugal e dos colonos instalados no Brasil aumentou consideravelmente e, já na década de 1580, cerca de três mil africanos desembarcavam no Brasil|1|. Apesar de concentrarem-se majoritariamente no litoral africano, os portugueses conseguiram penetrar na África Central e criar relações importantes com diversos reinos.
Entre as principais feitorias portuguesas na costa africana está a construída em Luanda, localizada em Angola. O historiador Roquinaldo Ferreira afirma que Luanda cumpriu “papel fundamental como centro de formulação e execução de operações militares contra reinos africanos, e como base de intensa diplomacia entre europeus e africanos”|2|.
Os escravos eram conseguidos por traficantes que obtinham os prisioneiros comprando-os, caso fossem prisioneiros de guerra, ou por meio de emboscadas realizadas pelos próprios traficantes. Os africanos, após terem sido feitos prisioneiros, eram levados a pé até os portos onde seriam revendidos para os portugueses (ou outros europeus). Nesses portos, os africanos eram marcados com ferro quente para identificá-los de qual comerciante eram.
Nesses portos, os africanos prisioneiros eram trocados por alguma mercadoria valiosa, que poderia ser tabaco, cachaça, pólvora, entre outros. Depois de vendidos para algum comerciante europeu, os africanos embarcavam no navio que os transportaria para a América ou Europa. Esse navio era chamado de tumbeiro, pelo fato de ser um local onde muitos dos escravos embarcados morriam.
Os navios negreiros, em geral, comportavam, em média, de 300 a 500 africanos que ficavam presos nos porões em uma viagem que se estendia durante semanas. Partindo de Luanda, a viagem para Recife durava 35 dias, para Salvador durava 40 dias e para o Rio de Janeiro durava de 50 a 60 dias.
As condições de viagem eram extremamente desumanas, e os poucos relatos que existem da forma como os africanos eram trazidos para as Américas reforçam isso. O local no qual os africanos eram aprisionados (o porão) era geralmente tão baixo que os africanos não conseguiam ficar em pé e o espaço era tão apertado que muitos tinham que ficar na mesma posição durante um longo período.
A alimentação era escassa e era resumida a uma refeição por dia. O historiador Jaime Rodrigues aponta que no começo das viagens (quando a possibilidade de revolta dos africanos era maior), os traficantes de escravos davam uma quantidade de alimentos menor ainda, para evitar que eles se rebelassem|3|.
A água também quase nunca era potável e os alimentos disponibilizados eram feijão, farinha, arroz e carne-seca. A má alimentação, principalmente pela falta de uma dieta rica em vitaminas, fazia com que doenças, como o escorbuto (causada pela falta de vitamina C), fossem proliferadas. Outras doenças também se espalhavam pela sujeira dos locais que abrigavam os africanos. Os porões eram escuros, sujos e abarrotados de gente, de tal maneira que até respirar era difícil.
Outras doenças que grassavam nos navios negreiros eram varíola, sarampo e doenças gastrointestinais. A mortalidade média era de ¼ de todos os africanos embarcados|4|. Claro que poderia haver variações nas taxas de mortalidade, com algumas viagens tendo menor número de mortes e outras tendo um grande número de mortos.
Os relatos resgatados pelos historiadores já sugerem a motivação racista dos europeus no tráfico negreiro. Um exemplo foi trazido pelo historiador Thomas Skidmore com o relato de Duarte Pacheco, um navegante português que chamava os africanos de “gente com cara de cão, dentes de cão, sátiros, selvagens e canibais.
espero que ajude ^^