como era o pensamento social na antiguidade,idade média idade moderna ?
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Resposta:O comunismo na Antiguidade, como verificamos principalmente na Grécia, visava objetivos de ordem política e material. Platão desejava um Estado ideal. Já o comunismo dos espartanos se propunha apenas criar uma comunidade de senhores, reinando sobre um povo de escravos.
O comunismo da Antiguidade assemelha-se ao comunismo moderno pelo fato de visar, como ele, objetivos de "natureza material”. O comunismo da Idade Média, pelo contrário, tem um caráter "mais religioso e moral que material”. Por esse motivo, um homem moderno compreende sempre melhor a Antiguidade que a Idade Média. De fato, o medo de pensar e de sentir da Idade Média nada tem de comum com a maneira de ser dos homens contemporâneos. O pensamento antigo e o pensamento moderno são racionais, lógicos, científicos. O pensamento medieval, pelo contrário, é irracional, ilógico, místico. Não estuda de maneira crítica os fatos da História, para, em seguida, procurar classificá-los rigorosamente no tempo e no espaço. Considera-os quase sempre como uma simples aparência, atrás da qual se escondem segredos divinos. O pensamento medieval não aceita as Santas Escrituras ao pé da letra, mas tenta interpretá-las de maneira simbólica, alegórica.
O homem moderno procura o triunfo material. O homem da Idade Média procura, sobretudo, valores eternos.
O comunismo medieval é um protesto, ao mesmo tempo moral e social, contra os progressos da economia privada, contra os excessos do poder temporal e do poder espiritual, que gradualmente repelem o direito natural, o Cristianismo primitivo e os velhos costumes das comunidades para um plano secundário.
É lícito dizer que na História do comunismo da Idade Média predominam quase exclusivamente as considerações de ordem moral e religiosa. Seu objetivo principal, nesse momento, é a luta contra o egoismo, para a supressão do mal e a instauração da justiça social.
Eis porque, na Idade Média, o comunismo pode ser definido como uma luta em prol da justiça social, baseada essencialmente na religião e na moral. Seus adeptos procuram mostrar que a pobreza é a base da vida, cristã. Sacrificam-se e sofrem martírios pela causa da pobreza. A História do comunismo na Idade Média vai nos fazer penetrar num mundo moral e religioso no qual os fatores materiais desempenham um papel inteiramente secundário. Os fatores espirituais, ao invés, aparecem aí como o elemento essencial.
Nascendo pela fusão da religião judaica com a filosofia de Alexandria, o Cristianismo transforma-se, no processo de desenvolvimento, no herdeiro do pensamento antigo, que ele, pouco a pouco, modifica integralmente. Todas as ideias da Antiguidade sobre a sociedade, o Estado, a moral, o direito e a economia, que não se opunham aos princípios do Cristianismo, foram por ele incorporadas e a seguir modificadas, de acordo com os seus próprios interesses. É assim que o Cristianismo se transforma numa verdadeira concepção do mundo, em que os elementos religiosos predominam. É como consegue exercer uma influencia cada vez maior na vida social.
Sob o ponto de vista teórico, o comunismo medieval apoia-se nas tradições do Cristianismo primitivo, nas esperanças quiliásticas, na moral dos sacerdotes da Igreja nos ensinamentos do gnosticismo e do misticismo, em Platão e no direito natural. Esses diferentes fatores não agem separadamente. Pelo contrário, intervêm em conjunto. Durante toda a Idade Média e, particularmente, nos períodos de grandes crises sociais e religiosas, sua influência se manifesta, tanto no comunismo da época como nas correntes reformadoras que surgem nesse período. Mas os elementos comunistas do Cristianismo, assim como as tendências reformadoras que encerra, partindo do centro da vida religiosa, são pouco a pouco repelidas para a periferia. Depois que se alia ao Império romano, o Cristianismo adquire cada vez mais um caráter oficial, dogmático, conservador, anticomunista. Daí por diante, surge um conflito entre a teoria e a prática sociais. As tendências comunistas ainda se manifestam nas publicações cristãs. Mas, a partir de então, o Cristianismo já procura, de forma cada vez mais acentuada, justificar a propriedade privada ou sustentar teorias que nela vêm a única base possível para a vida em sociedade. Esta transformação, naturalmente, não se faz sem choques e dificuldades. Os cristãos não querem aceitar esta metamorfose de sua doutrina, e, pelo respeito à tradição, ou por motivos de ordem econômica e religiosa, conservam-se fieis às ideias comunistas do Cristianismo primitivo. E, para salvarem essas ideias da transformação que se processa, os fiéis, ou se refugiam na vida monástica, ou se tornam hereges.
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