Português, perguntado por laudelaine2020, 6 meses atrás

como era o cotidiano da Moça tecelã

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Respondido por lethcia69
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Resposta:

Olá!

O livro de hoje é A Moça Tecelã, da premiada autora, Marina Colasanti, com bordados de Ângela, Antônia Zulma, Marilu, Martha e Sávia Dumont e ilustrações de Demóstenes Vargas.

"Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear. Linha clara, para começar o dia.”

O conto narra o cotidiano de uma jovem tecelã que, com suas linhas e cores, era capaz de dar vida a tudo que nos cerca. Se o sol estivesse forte demais, com fios cinzentos criava nuvens. Se a fome vinha, tecia um lindo peixe.

“Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias. Nada lhe faltava.”

Mas chegou um tempo em que a solidão foi forte demais e pensou que ter um marido para lhe fazer companhia seria muito bom. E, assim, ansiosa, começou a tecer. Naquela noite, deitada no ombro de seu marido, imaginou os lindos filhos que teceria.

A felicidade reinou por um tempo... Até que seu marido descobriu o poder do tear e vislumbrou tudo que ele poderia ter. Seu primeiro pedido foi uma casa melhor, com as mais belas lãs. Entretanto, não ficou satisfeito. “Para que ter casa se podemos ter palácio?”, dando ordem de como deveria ser. Cada vez mais ambicioso, não se importou com os sonhos e desejos de sua esposa.

Meses se passaram enquanto a moça, cada vez mais entristecida, trabalhava. Sem tempo para chamar o sol ou arrematar o dia, o palácio ficou pronto e dentre tantos cômodos ele designou para ela o quarto na mais alta torre, afinal ninguém poderia ficar sabendo do tapete.

Enquanto as exigências do marido aumentavam, aumentavam, também, sua tristeza. Pensando em como será bom estar sozinha novamente, esperou anoitecer e enquanto o marido dormia começou a desfazer todo seu trabalho.

“Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte."

Será que esse é um final que todos esperavam? Afinal, as vezes aquilo que desejamos nem sempre é garantia de felicidade.

A encantadora narrativa criada por Marina Colasanti nos permite pensar em diversos temas. Podemos falar dos sonhos e desejos, e das expectativas sociais em relação ao casamento e a formação de uma família. Falar da busca do autoconhecimento e independência, ser aquele que te faz feliz, o protagonista da sua própria história.

Se você tivesse o dom de tecer em linhas coloridas seu futuro, sua vida e tudo que o cerca, que imagem você criaria?

Explicação:

ta aí

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