como era o cenario politico da epoca de 1922 ?
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Entre 11 e 17 de fevereiro de 1922, ocorreu um movimento artístico e intelectual que modificou sensivelmente a sociedade brasileira. Era a época da República Oligárquica e de transformações políticas no Brasil. A chamada Política do café com leite dominava o cenário, tendo as elites cafeeiras de São Paulo e Minas Gerais se alternando no poder. Porém, tal arranjo administrativo não comportava as vozes dissonantes que surgiam. A eleição do paraibano Epitácio Pessoa (1919-1922) para presidente foi um exemplo desse descontentamento que levou à quebra do domínio dos estados acima mencionados. Contudo, vale ressaltar que Pessoa havia sido ministro da Justiça do governo do paulista Campos Salles (1898-1902), ou seja, esse modelo dicotômico de SP/MG contra o resto do país não funciona mais como modelo explicativo. Temos que compreender que as oligarquias controlavam a política e a economia ao seu bel prazer, e muitas vezes os limites fronteiriços dos estados não era o ponto mais importante.
Além disso, a década de 1920, marcou um período de mudanças estruturais como o crescimento industrial impulsionado pelas exportações na Primeira Guerra Mundial e pelo próprio consumo interno. Apesar do nascimento de uma nova demanda, haja vista a falta de indústrias de base em um país altamente dependente da importação, os interesses dos cafeicultores ainda eram o centro das preocupações políticas. Também foi uma época que se distingue pelas revoltas, como a Revolta dos 18 do Forte em 1922, e a Revolução de 1924, em São Paulo que deu fôlego à Coluna Prestes que passou a agir em todo o país.
Essa digressão é necessária para se entender a efervescência política que o Brasil enfrentava. O crescimento urbano já alcançava números expressivos, mesmo em um país basicamente rural. Isso significa que o desenvolvimento da imprensa foi essencial, assim como dos meios de comunicação, transporte. No ramo das artes, o cinema florescia na Europa, juntamente com a fotografia. Aquela arte burocrática e validada pelas Academias de Belas Artes passou a ser questionada, e o movimento modernista, que já possuía adeptos no exterior, chegou com força ao Brasil.
No campo da literatura, a publicação de Os Sertões de Euclides da Cunha em 1902, e Canaã, de Graça Aranha, no mesmo ano, já foram exemplos do surgimento de uma nova problemática social em um país que há pouco se tornou republicano. Contudo, essa temática identitária ainda não tinha chegado nas artes plásticas, ou mesmo na poesia, na qual o Parnasianismo possuía muito adeptos. A sujeição à Academia e suas vertentes, trazidas pela Missão Artística Francesa de 1816, ainda era forte, mas já havia alguns questionamentos. Expoentes do modernismo brasileiro, como Oswald de Andrade (1890-1954) com O Pirralho (artigo publicado em janeiro de 1915) começava a discutir essa relação unilateral com as influências europeias sem qualquer problematização.
Houve alguns eventos antes de 1922, que foram muito importantes para o estabelecimento de uma nova leitura das artes brasileiras. Em 1913, Lasar Segall (1891-1957) realizou uma exposição vanguardista que se mostrou afinada com os principais modernistas alemãs. O lituano impressionou Mario de Andrade (1893-1945), um dos principais expoentes do que seria o novo movimento artístico, devido suas pinturas “não academicistas”. Contudo, foi em 1917, com a segunda exposição de Anita Malfatti (1889-1964) (já havia realizado uma em 1914, com quadros impressionistas, que não despertou tanto interesse), com obras influenciadas pelo expressionismo, que a intelectualidade brasileira teve contato direto com uma nova manifestação artística no país. Mais do que isso, Malfatti teve sua obra duramente criticada por Monteiro Lobato (1882-1948) no jornal O Estado de São Paulo com o artigo Paranoia ou mistificação?. Suas obras escandalizavam a sociedade conservadora e foi a partir daí que passaram a pensar na organização de um evento que marcasse o período de mudança. O artigo de Lobato teve um efeito aglutinador, pois foi a partir daí que os artistas se uniram para divulgar e estabelecer as diretrizes do movimento.
O ano de 1917 foi muito importante por conta de várias publicações e mostras dos intelectuais que se envolveram intimamente com a vanguarda modernista. O poeta Menotti Del Picchia (1892-1988) ganha notoriedade com suas poesias regionalistas, Juca Mulato e Moisés. Em 1919, Manuel Bandeira (1886-1968) quebra a métrica parnasiana escrevendo os versos livres de Carnaval.
Além disso, a década de 1920, marcou um período de mudanças estruturais como o crescimento industrial impulsionado pelas exportações na Primeira Guerra Mundial e pelo próprio consumo interno. Apesar do nascimento de uma nova demanda, haja vista a falta de indústrias de base em um país altamente dependente da importação, os interesses dos cafeicultores ainda eram o centro das preocupações políticas. Também foi uma época que se distingue pelas revoltas, como a Revolta dos 18 do Forte em 1922, e a Revolução de 1924, em São Paulo que deu fôlego à Coluna Prestes que passou a agir em todo o país.
Essa digressão é necessária para se entender a efervescência política que o Brasil enfrentava. O crescimento urbano já alcançava números expressivos, mesmo em um país basicamente rural. Isso significa que o desenvolvimento da imprensa foi essencial, assim como dos meios de comunicação, transporte. No ramo das artes, o cinema florescia na Europa, juntamente com a fotografia. Aquela arte burocrática e validada pelas Academias de Belas Artes passou a ser questionada, e o movimento modernista, que já possuía adeptos no exterior, chegou com força ao Brasil.
No campo da literatura, a publicação de Os Sertões de Euclides da Cunha em 1902, e Canaã, de Graça Aranha, no mesmo ano, já foram exemplos do surgimento de uma nova problemática social em um país que há pouco se tornou republicano. Contudo, essa temática identitária ainda não tinha chegado nas artes plásticas, ou mesmo na poesia, na qual o Parnasianismo possuía muito adeptos. A sujeição à Academia e suas vertentes, trazidas pela Missão Artística Francesa de 1816, ainda era forte, mas já havia alguns questionamentos. Expoentes do modernismo brasileiro, como Oswald de Andrade (1890-1954) com O Pirralho (artigo publicado em janeiro de 1915) começava a discutir essa relação unilateral com as influências europeias sem qualquer problematização.
Houve alguns eventos antes de 1922, que foram muito importantes para o estabelecimento de uma nova leitura das artes brasileiras. Em 1913, Lasar Segall (1891-1957) realizou uma exposição vanguardista que se mostrou afinada com os principais modernistas alemãs. O lituano impressionou Mario de Andrade (1893-1945), um dos principais expoentes do que seria o novo movimento artístico, devido suas pinturas “não academicistas”. Contudo, foi em 1917, com a segunda exposição de Anita Malfatti (1889-1964) (já havia realizado uma em 1914, com quadros impressionistas, que não despertou tanto interesse), com obras influenciadas pelo expressionismo, que a intelectualidade brasileira teve contato direto com uma nova manifestação artística no país. Mais do que isso, Malfatti teve sua obra duramente criticada por Monteiro Lobato (1882-1948) no jornal O Estado de São Paulo com o artigo Paranoia ou mistificação?. Suas obras escandalizavam a sociedade conservadora e foi a partir daí que passaram a pensar na organização de um evento que marcasse o período de mudança. O artigo de Lobato teve um efeito aglutinador, pois foi a partir daí que os artistas se uniram para divulgar e estabelecer as diretrizes do movimento.
O ano de 1917 foi muito importante por conta de várias publicações e mostras dos intelectuais que se envolveram intimamente com a vanguarda modernista. O poeta Menotti Del Picchia (1892-1988) ganha notoriedade com suas poesias regionalistas, Juca Mulato e Moisés. Em 1919, Manuel Bandeira (1886-1968) quebra a métrica parnasiana escrevendo os versos livres de Carnaval.
sarahfarias7990:
Não tenho certeza se é isso
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