História, perguntado por bregio2006, 11 meses atrás

Como era o abastecimento de água no Rio antigo

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Respondido por maahprocopio
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Em 1565, na cidade implantada por Estácio de Sá, entre a Urca e o Pão de Açúcar, havia apenas o que, na época, era chamada de “lagoa de água ruim”. Um poço então foi aberto e, com o tempo, não mais conseguia abastecer aos que ali chegavam de Portugal e precisavam morar. Os índios Tamoios então cederam as águas do Rio Carioca.

Em 1607, os padres franciscanos ao virem para o Brasil, conseguiram do Conselho da Câmara que lhes fossem doados terrenos do Morro de Santo Antonio até a beira da Lagoa de Santo Antonio, aí se estabelecendo. Como o local era ermo, o Conselho da Câmara aforou-o a Antonio Felipe Fernandes pelo prazo de 35 anos, para estabelecimento de um curtume, cujos couros seriam lavados nas abundantes águas do local. O mau cheiro do curtume espalhou-se pelas redondezas, incomodando aos padres, cujas reclamações insistentes obrigaram a Câmara a melhorar o esgotamento regular da Lagoa, alargando a vala que a sangrava, em 1641. Esta pode ser considerada uma das primeiras obras de saneamento da cidade.


Em 1617, já moravam na cidade 4.000 pessoas e Vaz Pinto criou uma taxa para quem bebesse vinho, que custearia as obras de ampliação dos sistemas de águas.

Em 1723 foi construído o Aqueduto do Carioca, que captava água no Alto de Santa Tereza, passando pelo atual caminhamento da rua Almirante Alexandrino e chegando ao local hoje conhecido como Arcos da Lapa, onde havia um chafariz em que os escravos recolhiam a água e levavam para a casa de seus senhores.

Desta época encontram-se relatos de que o Sr. Antonio Rabelo Pereira, capitão da Fortaleza de São Francisco do Rio de Janeiro, alegando prejuízos causados pela “passagem da água do Carioca por sua chácara”, pedia que fosse a ele concedida uma porção daquelas águas e a seus três vizinhos.

A situação desse chafariz era muito crítica em função do seu traçado defeituoso e de muitas imperfeições em sua construção, o que ocasionava constante falta d’água na cidade. Por outro lado, as águas que escorriam pelas torneiras do chafariz, deixadas abertas, empoçavam e exigiam que lhes fosse dado escoamento, uma vez que eles despejavam as suas sobras na Lagoa de Santo Antonio, “alagando a cidade, arruinando as casas e provocando moléstias malignas”. As constantes brigas nas filas da água, obrigaram a colocação de uma sentinela para o chafariz. Das providências adotadas, nasceram a rua da Vala, hoje rua Uruguaiana, rua da Guarda Velha, hoje 13 de maio e a rua do Aljube, hoje rua do Acre, no fim da qual, mais ou menos onde fica a atual Praça Mauá, o chafariz desaguava na Baía da Guanabara.
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