Geografia, perguntado por niklupe65ge, 1 ano atrás

como era formada a familia tradicional no mundo ocidental?

Soluções para a tarefa

Respondido por capelesso07
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É muito comum a discussão se o modelo tradicional e ocidental de

família é a mais adequada para a criação de filhos. Quando entra

em cena os casais homoafetivos, pais separados, avós, etc, essa

discussão torna-se ainda mais acalorada e divide opiniões. Não

tenho a pretensão de impor uma opinião valorativa a respeito,

antes, apresentar algumas reflexões iniciais, e em construção, em

torno do tema.

A fim de iniciar as reflexões pretendidas acredito que seja

importante pensarmos o que seria uma família nos moldes ocidentais

tradicionais. Os mais apressados diria que é um casal, composto por

pai e mãe e seu(s) filho(s). Essa definição não está errada, mas

creio ser insuficiente para o objetivo aqui proposto. O conceito de

família ocidental que temos está ligada a origem romana da palavra

de raiz osca “fam”, que no latim é “famel”,

que significa ao “pé da letra” escrava. Tal origem remete a

ideia de

que família está associada aos domésticos, na época

incluía-se aí os escravos, os quais vivem em um lar. Temos, então,

dois outros conceitos envolvidos: doméstico e lar.

A palavra doméstico estar associada à ideia de domesticar (da mesma

raiz), de impor controle, sanções e a “poda” da liberdade

individual em detrimento as regras estabelecidas pelo chefe da

família, outrora senhor. Os domésticos de hoje não são os

escravos de ontem, porém a domesticação é praticada via “educação

familiar”.

A palavra “lar” também tem origem romana. “Lares eram os

deuses da família […]. Os Lares de uma família eram as almas dos

antepassados, que velavam por seus descendentes” (BULFINCH, 2001).

Nota-se que existe na expressão um sentido claro reacionário,

onde os antepassados estão sempre presente. Em contrapartida, os

romanos acreditavam que os Lares estavam presentes no local onde se

acendia o fogo para cozinhar e aquecer a família, daí o temo

“lareira”. A lareira era o local de união dos membros do lar,

onde se conversava, se aquecia, se contava histórias, transmitia-se

ensinamentos, etc.

Exposto rapidamente e de forma simplória tais termos que cercam o

conceito de família resta-nos levantar algumas questões como ponto

de partida para uma reflexão: i) uma criança deve ser criada (outra

palavra que está ligada ao servo ou ao escravo) em uma família ou

em um lar? O que deve ser analisado é a capacidade de domesticar ou

de agregar em torno de uma lareira? Ou seja, o que importa mais seria

a existência de um modelo ocidental onde existe a figura do pai e da

mãe ou o que importa é a existência de momentos de “agrupamento”,

de conversas, de contar histórias, transmitia-se ensinamentos, etc.

ii) Toda família tradicional é um lar? Iii) existe lares, onde há

“calor” sem que exista a figura do pai ou da mãe ou dos dois?

Peço licença para expor uma breve opinião pessoal. Tenho visto

casa que não são lares. Famílias compostas por senhor e servos.

Por outro lado, avós que aquecem a “alma” de seus netos, ainda

que inexistentes a figura do pai e/ou da mãe. O que deve estar em

jogo é o modelo de família ou a sua qualidade e capacidade em dar a

criança um LAR? Casais homoafetivos, pais separados, avós, tios…

o que importa é de fato, em minha opinião, se tal grupo ou indivíduos possuem “lareira” a ofertar, ou seja, um local de união de seus membros, onde se

conversa, se conta histórias, transmitia-se ensinamentos, onde

olha-se nos olhos, rir-se juntos, sofre-se juntos, em fim, busca-se

aquecer o “coração” um do outro. Crianças precisam disso…

Referência

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