Geografia, perguntado por mouraalbernazgp8dv2p, 10 meses atrás

como era feita a exploração da erva mate no Sul

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Respondido por digodelima03
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Antes da chegada dos europeus à América, os índios guaranis já usavam as folhas da erva-mate (chamada de ka'a karai, "folha sagrada", ou côgoi, palavra esta que foi posteriormente adaptada ao idioma português como "congonha"[1]) para preparar uma bebida estimulante. Era o chamado ka'a y (traduzido do guarani, "água de folha"). As folhas da erva eram colocadas em uma cuia com água e o líquido era então chupado através de uma taquara, caniço ou osso (o chamado tacuapi), filtrado através de um trançado de fibras vegetais. Segundo o mito guarani, a bebida foi descoberta quando um velho índio não conseguiu mais acompanhar as andanças da tribo devido à sua idade avançada e teve que ficar para trás. Sua filha decidiu ficar com ele, mas ele queria que ela seguisse com a tribo, então o deus Tupã (ou então São Tomé) lhe ensinou a preparar uma bebida com as folhas da erva-mate, bebida esta que lhe daria forças e que permitiria a ele e a sua filha acompanharem a tribo. Os índios guaranis costumavam armazenar as folhas de erva-mate em cestas de taquara[2].

A bebida era consumida também pelos índios carijós, xetás, guairás, charruas, caingangues (que chamam o chimarrão de kógwuin[3]) e os incas, pois todos eles mantinham relações comerciais com os guaranis[4]. O termo "mate" tem origem no idioma dos incas, o quíchua, através do vocábulo mati, significando "cuia, recipiente" e designando a cabaça na qual até hoje se bebe a infusão de erva-mate[5]. O termo "porongo", que nomeia a planta que fornece a cuia usada para beber o mate, também vem do quíchua, significando "vaso de barro com o gargalo estreito e comprido" [6].

Os colonos espanhóis no Paraguai observaram que os índios guaranis eram viciados na bebida e inicialmente os jesuítas espanhóis proibiram seu consumo devido a seus supostos efeitos afrodisíacos, qualificando a planta como "erva do diabo". Mas os espanhóis não tardaram a experimentar a bebida e aprová-la, passando a utilizá-la como ingrediente básico da sua dieta alimentar. Diz-se que o primeiro contato dos europeus com a bebida foi quando as tropas do general espanhol Irala se encontraram com os índios guaranis da região de Guaíra (atual estado brasileiro do Paraná), em 1554 e observaram o consumo generalizado da bebida entre os índios.

Os jesuítas espanhóis, que organizaram grandes aldeamentos de índios catequizados (as chamadas missões ou reduções), organizaram o cultivo e a produção da erva-mate e passaram a abastecer os colonos espanhóis em toda a bacia platina (Argentina, Paraguai, Uruguai e Rio Grande do Sul), conseguindo grandes lucros com o comércio da erva. Os jesuítas destacaram-se na produção da erva, pois seus métodos secretos de produção permitiam-lhes obter uma erva-mate de qualidade muito superior à de outros produtores. Os jesuítas estimularam o consumo de mate pelos índios das missões como forma de combater o perigo do alcoolismo[7].

Foram os europeus que introduziram o metal nos apetrechos do mate: a bomba passou a ser feita de prata (abundante na região na época, oriunda das minas de Potosí, na atual Bolívia), com detalhes em ouro. A bomba passou a contar com um pequeno adorno colorido perto do bocal chamado "pitanga" (uma referência à pequena fruta vermelha homônima de aspecto semelhante), que tem a função prática de indicar o lado da bomba que deve ficar voltado para cima. A cuia passou a ter o bocal revestido de prata. E foi criada uma armação de metal para sustentar a cuia, quando ela não estivesse sendo usada. Para os menos abastados, em vez da prata era utilizado outro metal branco menos valioso, como a alpaca ou o alumínio. A água usada no preparo do mate pelo índios guaranis era, inicialmente, fria. Foram os europeus que passaram a utilizar água quente no preparo da bebida, muito provavelmente para evitar doenças oriundas de água contaminada não fervida[8]. Os europeus também passaram a armazenar a erva-mate em bolsas impermeáveis de couro, os chamados "surrões"[9].



Ruínas das missões jesuíticas em São Miguel das Missões, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul



Morro Rico, em Potosí, na Bolívia



Bomba de metal



Pitanga (Eugenia uniflora)

A palavra castelhana cimarrón, que significa "selvagem" e que era utilizada para se referir ao gado bovino que havia sido introduzido pelos espanhóis na América do Sul e que havia se dispersado, tornando-se selvagem, foi usada pelos luso-brasileiros do Rio Grande do Sul para designar a bebida, que passou a ser conhecida como chimarrão.



Respondido por taynada
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Os primeiros a fazerem uso da erva-mate foram os índios Guaranis, que habitavam a região definida pelas bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, na época da chegada dos colonizadores espanhóis. Da metade do século XVI até 1632 a extração de erva-mate era a atividade econômica mais importante da Província Del Guairá, território que abrangia praticamente o Paraná, e no qual fora fundado 3 cidades espanholas e 15 reduções jesuíticas.

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