como era e economia na baixa idade media
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A partir do século XI, a Europa sofreu um processo de crescimento populacional. Isso resultou em mais mão de obra disponível para o trabalho agrícola. Além disso, esse continente ampliava suas terras produtivas desde o século X com a derrubada de florestas. Esses dois fatores em conjunto (aumento populacional e aumento das terras produtivas) permitiram um aumento produtivo.
Esse crescimento da produção europeia, na Baixa Idade Média, foi resultado também de uma série de inovações técnicas no cultivo agrícola. O desenvolvimento do sistema trienal, por exemplo, possibilitou um aumento na produtividade do solo de 50% para 66%|3|. Nesse sistema, as terras produtivas eram divididas em três grandes lotes: dois eram cultivados e o terceiro lote descansava durante um ano. Isso permitia ao solo recuperar os nutrientes e manter sua fertilidade. Além disso, houve melhorias nas técnicas de arado do solo com a utilização da força animal.
Esses fatores, portanto, resultaram no aumento da produção agrícola, o que possibilitou o uso do excedente comercial e incentivou o fortalecimento do comércio. As atividades comerciais também foram impulsionadas pelo crescimento da produção artesanal, como consequência do aumento populacional e do número de pessoas que abandonaram o trabalho agrícola para se dedicar a ofícios artesanais. Com o comércio mais forte, renovou-se a necessidade na Europa Ocidental por moeda. Do século XIII em diante, foram registrados locais que cunhavam moedas para o pagamento das mercadorias.
Surgiram ainda dois grandes polos importantes de transporte de mercadorias: o eixo mediterrânico, no qual as cidades italianas de Veneza e Gênova controlavam o comércio de mercadorias na Itália e em regiões próximas, e o eixo nórdico, controlado pela Liga Hanseática. Essa liga representava um grupo de cidades alemãs que se uniram em defesa de seus interesses comerciais.
Os mercadores do eixo mediterrânico e do eixo nórdico possuíam como ponto de encontro as feiras anuais realizadas na região de Champagne, na França. Lá, os mercadores possuíam salvo-conduto dos nobres, isto é, poderiam comercializar sem a necessidade de pagar impostos e com segurança garantida.
O desenvolvimento comercial resultou no surgimento de uma nova classe social na Europa: a burguesia. Com o fortalecimento dessa classe, ela passou a rivalizar com os nobres e a Igreja pelo poder sobre as grandes cidades europeias. A economia medieval sofreu forte impacto com a Crise do século XIV, da qual só se recuperou a partir do século XV.