História, perguntado por Francklin125, 8 meses atrás

Como era a saúde da população indígena antes de chegada dos europeu?como população indegena as doenças?

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Respondido por charliesmith
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Resposta:

A RESPOSTA CULTURAL EM FACE DAS EPIDEMIAS

É indubitável o papel exercido pelas doenças infecciosas de caráter epidêmico

no delineamento do quadro demográfico atual e, até mesmo, da organização

social de significativa parcela da população indígena brasileira. Entre elas destaca-se o sarampo, dados os elevados índices de morbimortalidade, a sua alta

transmissibilidade (não raramente disseminando-se por várias aldeias de uma

região em curto período de tempo) e ao quadro desolador que, em geral, caracteriza o período pós-epidêmico. A acentuada depopulação observada leva a

uma desorganização da estrutura social, assim como a ocorrência de profundas

alterações no padrão de assentamento, economia e base de subsistência.

Os índices de letalidade verificados durante epidemias de sarampo são parti-

Processo saúde–doença

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cularmente elevados quando o grupo atingido é deixado à própria sorte, sem

cuidados médicos básicos. Nessas ocasiões, o tipo de resposta do grupo ante

a epidemia, acionado com base em seu sistema de crenças e práticas médicas

tradicionais, poderá ser de crucial importância para sua sobrevivência. Do ponto

de vista epidemiológico, a resposta da população pode muitas vezes direcionar

o curso da epidemia. Isso porque a forma pela qual os indivíduos percebem a

origem da doença constitui um fator importante na determinação do tipo de

comportamento assumido pelo grupo diante da epidemia.

Entre os Kaingáng, em meados dos anos 1940, a antropóloga Gioconda Mussolini observou que, como forma de se protegerem contra os espíritos de mortos

recentes (a quem atribuem a capacidade de produzir doença e morte), os indivíduos se amontoavam na casa comunal, abandonando todos os serviços. As implicações desse comportamento durante uma epidemia de sarampo são óbvias,

já que favorece sobremaneira o contato entre indivíduos sãos e doentes, além

de comprometer seriamente o estado nutricional do grupo. A autora também

relatou que uma outra maneira de se “protegerem” era fugir do local em que

aconteceram as primeiras mortes, pois, segundo lhe foi relatado, “... o espírito

que arrebatou o primeiro pode arrebatar outros índios”.

Fonte: Teodoro De Bry (1995).

Figura 1 – Representação sobre as práticas de cura em índios das

Américas, mostrando importância conferida à sangria (ao fundo)

e aos banhos

Explicação:

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