Como era a religião da sociedade de songhai
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Resposta:
Vida religiosa
A religião dominante nos séculos XV e XVI, no entanto, não foi o Islã. A grande maioria dos Songhai e dos povos do império, que viviam no campo, permaneceu ligada às crenças ancestrais da região. Em uma carta a al-Maghili, o Askiya Muhammad I deplora esta situação, que em vão procurou combater.
Os Songhai cultuavam os hole (duplos) e os espíritos que habitavam a natureza, dos quais se podia obter favores. Seu panteão era numeroso, incluindo, entre outros, Harake Dikko, divindade do rio, e Dongo, do trovão. Seus curandeiros mágicos, os sonyanke, considerados descendentes da dinastia deposta dos Sunní, eram venerados pelo povo e protegiam a sociedade contra os espíritos maléficos e os feiticeiros tierkei. Todo chefe de clã promovia um culto aos mortos. Deste modo, a religião tradicional, tão viva no campo, servia à sociedade, protegendo-a, proporcionando-lhe equilíbrio psíquico e continuidade.
Justaposta a estas crenças, a fé islâmica pouco impacto teve no campo. Urbana e aristocrática, acabou sofrendo adaptações para melhor se expandir; já se tratava, portanto, de um islamismo negro-africano, tolerante. Ganhou terreno pela ação do Askiya Muhammad I e dos doutores muçulmanos, bem como pela expansão pacífica do comércio, ao qual era intimamente ligado desde os começos de sua difusão na África negra. Aconselhado pelos grandes doutores al-Maghili de Tuat e al-Suyüti do Cairo, e por grande número de marabus do império, o Askiya Muhammad I combateu os fetiches, perseguiu os companheiros de Sunní, os "maus muçulmanos", impôs o cádi e o direito maliquita a numerosas comunidades e empreendeu a djihãd (guerra santa) contra os infiéis Mossi. Os vendedores ambulantes e outros negociantes fizeram o resto, levando o Islã ao coração das zonas florestais do sul.
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