História, perguntado por Emanuellees2022, 4 meses atrás

- Como era a relação entre exercito e senhor¿

Soluções para a tarefa

Respondido por levi07960
0

Resposta:

A Guerra da Tríplice Aliança constituiu marco importante na cronologia dos acontecimentos que culminaram com a implantação do regime republicano no Brasil. Mas antes dela, e mesmo antes da Independência, os ideais democráticos com tonalidades republicanas já estiveram presentes nas conjurações mineira e baiana e também na pernambucana de 1817, embora não bem definidas nessa última.

Mais tarde, o Império sufocou no Nordeste a Confederação do Equador que dogmatizava a forma republicana. Por fim, o movimento de rebeldia de maior duração, a Revolução Farroupilha, proclamou a república na Província gaúcha (República Rio-grandense) e em Santa Catarina, com efêmera existência (República Catarinense ou Juliana).

A partir do término da Guerra do Paraguai, dois assuntos passaram a constar das cogitações das elites brasileiras: a abolição da escravatura e a instauração do regime republicano. Após a Lei do Ventre Livre (1871), o abolicionismo ganhou a consciência nacional, incluindo povo e governantes.

Quanto a extinguir a monarquia, substituindo a coroa pelo barrete frígio, não representava operação fácil. E foi a um grupo de oficiais do Exército que a Nação brasileira deveu o fato de se ter efetuado tão importante transformação na vida política do país com um mínimo de perturbação e sem derramamento de sangue – exceto por um ferimento sofrido pelo Ministro da Marinha, Almirante José da Costa Azevedo, Barão do Ladário, que, porém, se restabeleceu.

A volta da tropa brasileira dos países platinos, onde o sistema de governo era republicano, não deixou de influir no ânimo dos que aqui tinham ficado, conduzindo-os para a ala contrária à monarquia. E preciso não esquecer que daí até 1889 decorreram 19 anos, demonstrando a demora com que se infiltrou a idéia republicana no meio civil.

Não havia, aliás, uma crença muito sólida na continuidade do Império. O fato de a herdeira legítima ter-se casado com um príncipe francês que, apesar dos sinceros esforços não conseguira a simpatia popular, tornou-se, ano após ano, um problema para os monarquistas.

Nas classes civis, mesmo as mais ligadas ao monarca, reinava visível descrença na solidez do regime. No Exército, o profundo e intenso desgosto pelo abandono a que fora relegado após a campanha vitoriosa contra López, o contato mantido com as repúblicas platinas e o exemplo dos Estados Unidos provocavam desinteresse, de forma lenta, mas crescente, pela sorte do regime.

Enquanto a nação se desenvolvia, o Exército e a Marinha, responsáveis pela soberania e integridade do país, eram deixados em segundo plano, o que lhes diminuía a eficiência para o cumprimento da missão constitucional. Operava-se na Força Terrestre, de forma natural e espontânea, um movimento de reação que, gradativamente, a afastava do governo imperial. Os velhos e conceituados chefes que respeitavam e estimavam sinceramente o Imperador e por isto eram os esteios tradicionais do trono, iam sentindo diminuir a intensidade desses elevados sentimentos, desgastados pela desilusão e pela mágoa. Se isto se passava com os chefes experimentados, mais significativo era o que se passava entre os oficiais e alunos de escolas militares, homens que, com o ardor natural da juventude, recebiam a influência da doutrina positivista de Augusto Comte, de inspiração fortemente republicana.

A questão militar

Na década de 80 foi surgindo uma exaltação no meio militar, gerada em princípio pelo desapreço à classe por parte do governo imperial. Iniciava-se a impropriamente chamada questão militar.

Segundo Oliveira Vianna, desaparecera o sentimento de fé nas antigas instituições. O próprio Nabuco afirmava que nos últimos anos do Império havia mais coragem em se dizer alguém monarquista do que em ser republicano.

A questão militar constituiu-se de uma sucessão de incidentes que feriram o espírito de classe. À distância de mais de um século, é porém difícil, hoje, discriminar os que efetivamente ofendiam a honorabilidade militar daqueles provocados por questões pessoais ou, na fase derradeira do processo de transformação de regime, propositadamente criados para facilitar a queda da monarquia. O que importa esclarecer é que se avolumava o estado de incompreensão entre oficiais do Exército e a elite dirigente, habilmente explorado pelos interessados em implantar a República.

Oliveira Vianna assegura:

"Essas questões militares de 85/87 têm uma grande importância porque delas é que partiu toda a dinâmica do movimento que haveria de dar, dois anos mais tarde, com o trono em terra".

espero ter explicado

Perguntas interessantes