Filosofia, perguntado por tainafreitas8092, 11 meses atrás

como epicuro concebia a realidade? gostaria de saber, por favor.

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Respondido por lcaruso22
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Epicuro é frequentemente associado ao epíteto "hedonista" dentro da sua filosofia. Podemos dizer que para este pensador que o prazer tem sim papel fundamental nas suas indagações porém não será a sua obra uma alusão à satisfação desenfreada dos desejos sensíveis do homem. Seu pensamento concentra-se na noção de Ataraxia (quietude). Isso significa que o homem deve recorrer ao prazer na medida em que isso não acarrete em dor; ou seja, na medida em que o positivo se torne negativo. Epicuro portanto não pensa no prazer em si, mas nele como instrumento de alcance à Eudaimonia (felicidade). Entretanto, a noção de Epicuro da Eudaimonia é diferente da de Aristóteles, que até então vinha sendo a noção soberana de felicidade. Para Epicuro, a finalidade da vida não pode ser a mera contemplação (contrapondo a ética aristotélica) porque o sujeito tem de estar aberto às sensações, e não somente à observação delas. Todo o conhecimento portanto provém da sensação. As sensações são responsáveis pela verificação das coisas; somente a razão é passível de erro. Podemos definir o conceito de sensação em Epicuro como: critério, princípio e finalidade: 
1) Critério porque somente a sensação pode verificar o mundo
2) Princípio porque a primeira coisa que nos surge é a sensação e não o pensamento racional e, portanto agimos em função das boas sensações
3) Finalidade porque todo ato racional deve almejar o bom fim, ou seja, o prazer.

A racionalidade para Epicuro nada mais é que a razão pragmática; o uso do pensamento para avaliar as condições reais a que estamos expostos, dirigindo nossas ideias à noção de sumo bem. Partindo das concepções de Demócrito de Abdera, Epicuro tratará o mundo real como algo constituído de átomos. O mundo seria infinito e repleto de átomos diferentes embora a natureza seja cega e inanimada. Por último, a questão ética no pensador surge centrada no seu princípio do prazer: visto que o prazer deve ser alcançado racionalmente, teremos que toda verdade gera prazer, enquanto que o que não gera prazer não pode ser verdade. Os desejos ou são naturais ou são inúteis. O homem então deve direcionar-se ao prazer ataráxico a partir da racionalidade; na boa distinção do que acarreta dor e do que acarreta prazer. A filosofia de Epicuro é, portanto, uma razão moral não-ascética. 
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