Como é classificado o ritmo numa dança?
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Resposta:
Ritmo (do grego rhythmós - movimento regular) designa aquilo que flui, que se move, movimento regulado. O ritmo está inserido em tudo na nossa existência.
O estudo do ritmo, entoação e intensidade de um discurso chama-se prosódia. Existe também a prosódia musical, visto que a música também é considerada uma linguagem. Em poesia, o estudo do ritmo chama-se métrica.
Sem música não há dança. Sem movimento corporal também não. A dança, portanto, apenas ocorre quando o corpo executa movimentos a partir de um determinado ritmo.
O autor Bourcier se dedicou a esse tema e apresenta em seu livro, “A história da dança no ocidente”, um panorama geral que se estende desde a pré-história até os tempos atuais. Segundo ele, a dança teria surgido como meio de expressão religiosa dos homens primitivos, conclusão sugerida por cinco pinturas rupestres, encontradas em sítios arqueológicos. A hipótese apresentada por Bourcier é a de que os primeiros ritmos teriam surgido de percussões, e de que a partir desses ritmos, o próprio corpo humano passou a se movimentar de forma ritmada. Desde então, a dança vem atravessando gerações, e divisões e subdivisões vão sendo criadas dentro dessa prática. A única exceção se deve à Idade Média: é sabido que essa foi a época em que a Igreja Católica mais exerceu poder sobre o ocidente europeu. As danças de rua e de práticas religiosas populares foram extintas, concedendo apenas à côrte o direito à dança em festas de nobres. Deve-se lembrar que as danças de côrte eram dançadas quase sem toque corporal (que representava o pecado e, portanto, era contra os princípios da Igreja), e quando o toque ocorria, era revestido por luvas.
Passada a repressão corporal medieval, as danças e outras práticas corporais voltaram à cena na Europa. Foram montados ballets, cujas estrelas eram sempre mulheres. Também haviam homens nas apresentações, mas eles pouco dançavam, já que tinham apenas duas funções: serem bonitos, para tornar a apresentação mais atraente, e fortes, servindo de suporte para segurar bailarinas. A caracterização do ballet clássico era (e ainda mantém a sua tradição) voltado à uma rigidez do corpo marcado pela postura, pelas pontas dos pés, pelos movimentos em forma de “flecha”: todos bastante estendidos. O século XX trouxe inovações, apresentando uma forma de dançar que rompeu com a rigidez do ballet: a dança moderna. Essa dança é marcada pela flexibilidade corporal, pelos pés muitas vezes descalços no chão e pela expressividade do corpo.
Falamos das danças mais clássicas, mas existem outros tipos de danças que são, talvez, mais importantes do que essas, já que fazem parte da nossa história, contam quem nós somos: as danças folclóricas. Essas danças são específicas de cada localidade e, mesmo quando a mesma dança é feita em locais diferentes, elas têm suas especificidades que variam entre as regiões. A catira em São Paulo e parte do Sudeste, a dança do pau de fitas em Santa Catarina e o Cacuriá no Maranhão são exemplos de danças folclóricas.
Outra categoria de dança que está atualmente ganhando a atenção da mídia é a dança de salão, que engloba vários ritmos diferentes como, por exemplo, o soltinho, o tango, o forró, o samba de gafieira, o cha-cha-cha e a salsa. A característica marcante desse tipo de dança é que ela é sempre dançada em par. Nesse caso, o homem conduz a mulher. Há uma brincadeira muito comum entre dançarinos de salão que diz que “uma mulher não é má dançarina: ela é mal conduzida!”.
Nas aulas de Educação Física a dança costuma ser um conteúdo rejeitado por muitos alunos e até por alguns professores. Muitos são os preconceitos contra essa prática, já que é costume ouvir “dança é coisa de menina”. Será? Para você fazer dança na escola, você não precisa saber passos ou já ter feito dança fora da escola. Ao contrário: a proposta de trabalhar a dança na escola é para romper com essa ideia de que dança é uma coreografia montada com passos feitos.
Logo, o que se espera da dança na escola é que o corpo se movimente no ritmo da música e que haja expressão de sentimentos a partir do próprio movimento. E isso qualquer um faz: menino ou menina.
Por Paula Rondinelli
Colaboradora Brasil Escola
Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP
Mestre em Ciências da Motricidade pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP
Doutoranda em Integração da América Latina pela Universidade de São Paulo - USP