Artes, perguntado por alessa498410, 11 meses atrás

Como é a religiosidade de Alagoas?​

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Respondido por anna6424
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Descendentes dos Pankararús, índios da então capitania de Pernambuco e com referência histórica de mais de 300 anos, os povos indígenas do Alto Sertão de Alagoas estão formados por várias aldeias localizadas nos municípios de Água Branca e Pariconha. Neste último, índios Karuazús e Geripancós mantêm viva sua cultura através de seus cânticos e rituais, que são renovados a cada ano pelos praiás, homens que circulam pelo terreiro evocando proteção para a sua gente e formando o toré, uma dança que se prolonga pelo dia e à noite.

Embora manifestados com suas próprias crenças, a tradição religiosa desses povos segue preceitos também adotados pelos cristãos, uma herança incorporada por eles em convivência com outras sociedades. Eles passam 40 dias envolvidos com obrigações, que incluem reclusão para os homens, jejum nos dias de rituais ocorridos durante quatro fins de semana e abstinência sexual três dias antes das cerimônias nos terreiros dentro das aldeias. “Tem que ter o respeito”, reforça o pajé Antônio José da Silva

Respeitosos com suas tradições, os Karuazús e Geripancós, assim como os demais povos indígenas de Alagoas – no Estado existem 12 etnias reconhecidas oficialmente –, seguem todo o ritual de seus antepassados. A cerimônia anual na aldeia Karuazú, no Sertão, também atrai os olhares de moradores da região, que acompanham atentos os passos e movimentos dos praiás, guerreiros que transmitem boas energias para todos. Como é tradição, os praiás precisam abençoar antes a comida, que é servida logo em seguida para moradores e visitantes, em uma demonstração de unidade e socialização. Uma forma de dizer que estão no local, para trazer paz e união.

E a cultura tem sido o instrumento mais forte para os indígenas alagoanos buscarem visibilidade, após séculos de exclusão e negação de suas origens e direitos assegurados pela Constituição de 1988. Nem mesmo a religiosidade desses povos escapou da sanha dos colonizadores, em um passado mais distante, nem do preconceito da sociedade que ignora a diversidade do povo brasileiro, incluindo igrejas que se propuseram a dominar e controlar os nativos da região. 

Em uma espécie de mea-culpa, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), ligado aos católicos, hoje reconhece o quanto prejudicou o sentimento de pertencimento dos indígenas, ao tentar impor padrões de religião importados dos europeus. Atualmente, o grupo faz o que deveria ter feito desde o começo, apoia e respeita a tradição mantida por povos como os Karuazús. “Procuramos trazer bem--viver aos povos indígenas alagoanos, trabalhando com a formação das comunidades para o resgate de uma vida digna. A cultura é o que eles têm de diferencial, e reconhecemos que a Igreja a descaracterizou, mas agora trazemos apoio para que mantenham vivas suas crenças e rituais”, confirma a missionária Daniela Oliveira, que acompanha de perto as atividades nas aldeias alagoanas.

Imersos em suas origens e ao final da quarentena dias de rituais, que acontecem sempre nesta mesma época do ano, os indígenas do Alto Sertão alagoano realizam a cerimônia do Cansanção, com seus cânticos melodiosos e o uso de uma espécie de planta, que leva o mesmo nome do ato solene, cheia de espinhos e que arde quando pisada por eles. Nesse momento, todos os demais moradores da aldeia, incluindo crianças, podem se juntar aos praiás. Dessa forma, a tradição e a religiosidade ganham ainda mais beleza e força, para serem mantidas pelas futuras gerações. 

Ainda há muito para se buscar, principalmente o direito à terra que lhe foi tirado, mas, a partir de seus territórios conquistados pelo próprio esforço e trabalho, os indígenas alagoanos querem respeito com sua cultura e sua gente!

Explicação:

n tenho certeza se é isso mas espero ter ajudado


alessa498410: Eu só queria uma resposta curta ñ uma redação, Mas valeu.
anna6424: desculpa as vezes eu exagero
alessa498410: kkk
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