Filosofia, perguntado por TamaraNascimento2008, 6 meses atrás

como deveríamos proceder para desenvolver a habilidades de pensar,questionar e filosofar?​

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Respondido por aderbraumbraum
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Resposta:

A afirmativa de Kant “Não se ensina Filosofia, mas a filosofar”, enseja uma série de questionamentos acerca do ensino de filosofia. A assertiva coloca uma questão importante, ou seja, se não se ensina filosofia, mas a filosofar, como se ensina a filosofar? Nesse sentido, há um ponto de partida importante que, por analogia, pode conduzir o raciocínio a partir da idéia de que em educação só se aprende “fazendo”. O ato de aprender está vinculado ao ato de fazer, ou seja, de inserir os conteúdos teóricos nas práticas em torno do objeto que se deseja conhecer. O raciocínio pode ser transportado analogicamente para o ensino de filosofia para concluir, pelo menos provisoriamente, de que se ensina a filosofia “filosofando”, daí poder-se inferir, por extensão de raciocínio, que “não se ensina a filosofia, mas a filosofar”.

A filosofia não se restringe ao campo limitado da ciência, embora possa ser uma reflexão sobre a ciência. A filosofia é um corpo de entendimentos que compreende e dá significado ao mundo e à existência. Nesse sentido, importa saber como é que se constitui a filosofia, como é que se constrói esse corpo de entendimentos, que se pode assumir criticamente como aquele que se quer para o direcionamento da própria experiência e das questões fundamentais que envolver o ser, os valores, a realidade e as práticas.

O exercício do filosofar proposto por LUCKESI (1992), no capítulo denominado “o exercício do filosofar”, demanda a execução de três passos didaticamente seqüenciais, num processo dialético. O primeiro passo do filosofar é inventariar valores que explicam e orientam a própria vida e a vida da sociedade, e que dimensionam as finalidades da prática humana. Deve-se, portanto, perguntar quais são os valores que dão sentido e orientam à vida familiar; se se está analisando a família, quais valores compreendem e orientam a vida econômica, se se estiver questionando a economia; quais valores compreendem e orientam a educação, se se estiver questionando a educação, ou seja, se esta for o objeto de estudos e assim por diante. O objetivo de questionamentos dessa natureza é levar o sujeito a tomar consciência das ações, do lugar para onde se está e da direção que toma a vida. Direção que nasce tanto da consciência popular como da sedimentação do pensamento filosófico e político que se formulou e se divulgou na sociedade com o passar do tempo.

Explicação:

“NÃO SE ENSINA FILOSOFIA, MAS A FILOSOFAR”

FILOSOFIA

O que se aprende é o exercício de filosofar, a partir do desenvolvimento da criticidade.

A afirmativa de Kant “Não se ensina Filosofia, mas a filosofar”, enseja uma série de questionamentos acerca do ensino de filosofia. A assertiva coloca uma questão importante, ou seja, se não se ensina filosofia, mas a filosofar, como se ensina a filosofar? Nesse sentido, há um ponto de partida importante que, por analogia, pode conduzir o raciocínio a partir da idéia de que em educação só se aprende “fazendo”. O ato de aprender está vinculado ao ato de fazer, ou seja, de inserir os conteúdos teóricos nas práticas em torno do objeto que se deseja conhecer. O raciocínio pode ser transportado analogicamente para o ensino de filosofia para concluir, pelo menos provisoriamente, de que se ensina a filosofia “filosofando”, daí poder-se inferir, por extensão de raciocínio, que “não se ensina a filosofia, mas a filosofar”.

 A ação que o filosofar aponta é a exigência de um método na forma de um exercício, além de uma atitude que deve ser filosófica LUCKESI (1992). A atitude filosófica requer o afastamento de diversos preconceitos, entre eles, aquele que leva as pessoas a pensarem que o filosofar é inútil, difícil e complicado, como se fosse tarefa para gente ultra-especializada. No entanto, a atitude filosófica requer uma postura diferenciada, mesmo diante da constatação do alto grau de saber de alguns filósofos, deve-se entender que o filosofar não está fechado somente aos filósofos consagrados ou com formação acadêmica relevante.

 O exercício do filosofar exige, pois, inventariar conceitos e valores; estudar e criticar valores; estudar e reconstruir conceitos e valores, e para que isso ocorra, é preciso olhar não só o dia-a-dia, mas ler e estudar o que disseram os outros pensadores, os outros filósofos. Eles poderão auxiliar para que se atinja níveis superiores de entendimento, enfim, outras categorias de compreensão.

O exercício do filosofar pode ser o fio condutor para que se aprenda filosofia, sem, contudo, que a filosofia seja propriamente ensinada. A sua apreensão deverá decorrer mais de uma relação que tenha no aluno o ponto de partida dos questionamentos infinitos que a filosofia proporciona, mediado pelo professor, auxiliado pelos pensadores, suas idéias, enfim pelas principais correntes de pensamento de um passado distante no tempo, mas próximo na história. Eles têm uma contribuição a oferecer. É o auxílio no trabalho de construir o entendimento filosófico do mundo e da ação.

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