Como Cortés se aproveitou do mito de Quetzalcóatl ?
Soluções para a tarefa
Cortés e a Lenda de Quetzalcóatl
Segundo as lendas Nauatles, os Aztecas, quando conquistaram os Toltecas, foram amaldiçoados por Quetzalcóatl, o Deus protetor dos Toltecas. Este Deus terá prometido se vingar, dando cinco voltas em redor da Terra, partindo pelo lado Oeste e regressando pelo lado Este, com a ajuda do seu elemento, o vento. Cada volta duraria 52 anos. Nas primeiras quatro, os Aztecas seriam avisados do seu fim iminente, através de catástrofes, como secas, inundações, incêndios e epidemias. Na quinta volta, regressaria como um homem branco, alto e com barba, para derrotar os Aztecas. Mas antes dessa quinta volta, enviaria oito sinais, sendo o último especialmente dirigido ao Tatloani (Imperador).
Esses sinais existiram, e corresponderam a incêndios inexplicáveis em templos, trovoadas secas, cheias e secas. O último sinal, segundo conta a lenda, terá ocorrido quando Montezuma, o último Tatloani, foi caçar sozinho com os seus cães. Encontrou uma ave, que achou tão bonita, que decidiu levá-la para o seu palácio. Enquanto a olhava de mais de perto, viu através dos seus olhos os Espanhóis a desembarcarem.
Também havia lendas de que os Chihuahuas, supostamente divindades do fogo, viam o futuro e falavam todas as línguas dos humanos, e avisam constantemente do fim do Império.
O ano em que Quetzalcóatl regressaria era 1519, precisamente o ano em que os Conquistadores chegaram, comandados por Hermán Cortes, que estranhamente correspondia exatamente à descrição da profecia. Além disso, vinham pelo lado Este, com a ajuda do vento, pois os navios utilizavam a técnica da vela, sendo empurrados pelo vento.
Todas estas coincidências com a Mitologia, geraram uma série de mitos em volta dos Espanhóis. Além disso, traziam cavalos, criaturas nunca vistas antes pelos povos subordinados aos Aztecas. Alguns aliaram-se imediatamente aos Conquistadores, pois acreditavam que eles eram a esperança para a sua independência e libertação do Império Azteca. Malinche, uma rapariga salva por Cortés, e que se tornou na sua amante, tratou logo de dizer que Cortés era mesmo o Deus. Porém, a guerra não começou assim tão depressa: a maioria dos povos subordinados aos Aztecas também acreditavam que os Aztecas não eram simples humanos, já que, segundo as lendas, tinham sido adotados pelo Deus Huitzilopochtli como seus filhos, o que lhes dava os mesmos poderes que este Deus, que era o Deus do Sol e da Guerra. Era por isto que os Aztecas conseguiam vencer tantas batalhas e expandir o seu Império tão rapidamente.
Por outro lado, Montezuma não acreditava que Quetzalcóatl aparecesse assim do nada no Mundo dos humanos, já que na Mitologia Nauatle os Deuses nunca visitam o Mundo dos humanos, só se manifestando através de sinais, por isso tratou de conhecer Cortés melhor, e fez a sua própria versão da lenda: Cortés pertenceria a um povo distante, mas tinha sido amaldiçoado por Quetzalcóatl, que o estava a usar. Montezuma, como Azteca e Tatloani, propunha-se a quebrar essa maldição, e a juntar os dois povos para que formassem um Império que abrangesse todo o Mundo.
Além disso, aos Aztecas, os cavalos não eram criaturas estranhas, já que estes andavam nas terras dos Apaches e Sioux a conquistar, e estes povos tinham cavalos.
Assim, Cortés aproveitou-se das lendas para fazer uma série de alianças com os povos subordinados aos Aztecas, que lhe foram muito úteis, já que a sua viagem ao México não tinha sido patrocionada, pelo que os únicos homens que ele conseguiu arranjar foram alguns aventureiros. Também não podia levar muitos, já que os barcos que tinha, pagos com o seu dinheiro e de empréstimos de amigos, eram poucos e pequenos.
Espero ter ajudado. Qualquer dúvida, escreve nos comentários que eu respondo.
Bons estudos!
