Português, perguntado por raquelpbrito19022003, 3 meses atrás

Como a população jovem brasileira na casa dos 16milhões so se pode esperar o pior

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Respondido por gomesgrazielle988
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Resposta:

Primeiro foi um gigante adormecido (“em berço esplêndido”), que um dia iria acordar e botar pra quebrar.

Depois tornou-se o país do futuro, um futuro de riqueza, justiça social e bem-aventurança.

Eram tempos, aqueles, de postergar tudo o que não podia ser realizado no presente. A dureza do regime militar deixava poucas brechas para que se ousasse fazer alguma coisa que não fosse aquilo já previsto, planejado, ordenado pelos generais no poder. Só restava então aguardar o futuro, que nunca chegava (mais uma vez vale lembrar: foram 21 anos de regime autoritário).

O pior é que, mesmo depois de redemocratizado o país, a coisa continuou e continua meio encalacrada, com muitos sonhos tendo de ser adiados a cada dia, a cada nova dificuldade. Com a globalização, temos que encarar (e temer) até as crises que ocorrem do outro lado do mundo. Todavia há que se aguardar o futuro com otimismo, e alguma razão para isso existe.

Dados de uma pesquisa elaborada pela Secretaria de Planejamento do governo de São Paulo revelam que o Brasil chegará ao próximo século, que está logo ali na esquina, com o maior contingente de jovens de sua história.

Conforme os dados da pesquisa, somente na faixa dos 20 aos 24 anos serão quase 16 milhões de indivíduos no ano 2000.

Com esses dados, o usual seria prever o agravamento da situação do mercado de trabalho, já tão difícil para essa faixa de idade, e de problemas como a criminalidade em geral e o tráfico e o uso de drogas em particular.

Mas por que não inverter a mão e acreditar, ainda que forçando um pouco a barra, que essa massa de novas cabeças pensantes simboliza a chegada do tal futuro? Quem sabe sairá do acúmulo de energia renovada dessa geração a solução de problemas que apenas se perpetuaram no fracasso das anteriores? Nada mal começar um milênio novinho em folha com o viço, a ousadia e o otimismo dos que têm 20 anos.

(Luiz Caversan – Folha de São Paulo, 28.11.98

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